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O antigo campeão olímpico de triplo salto felicitou o novo campeão de triplo salto. Nelson Évora, campeão em Pequim 2008, deu os parabéns ao novo campeão português Pedro Pablo Pichardo numa publicação no Instagram. “Bingo para Portugal”, acrescentou ainda, em referência às quatro medalhas portuguesas em Tóquio 2020.

A medalhada portuguesa, Patrícia Mamona, também aproveitou as publicações no Instagram para felicitar o colega de modalidade e os restantes medalhados portugueses. Sporting Clube de Portugal e Futebol Clube do Porto também felicitaram o campeão, no Twitter.

Com uma medalha de ouro na prova de triplo salto masculino e uma de prata na prova feminina, Portugal tornou-se o primeiro a conseguir este resultado nos mesmos Jogos Olímpicos.

O atleta agradeceu a oportunidade que Portugal lhe deu e promete pagar com medalhas — esta e muitas mais. “Tenho esse prazer de Portugal me ter acolhido para o representar. É um privilégio. A única maneira que tenho para agradecer ao país é com medalhas e resultados”, disse o atleta em declarações à RTP.

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Este ouro tem um significado muito grande, pois é a única forma que tenho de agradecer ao país que me apoiou desde o primeiro dia. Agradecer com medalhas e bons resultados”, disse o atleta na conferência de imprensa depois da prova.

https://www.instagram.com/p/CSL9fw2FpC4/

E Portugal agradece também (e oficialmente) na figura do chefe de Estado: “Em nome de Portugal e dos Portugueses, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa felicita e agradece a Pedro Pichardo”. Numa nota publicada no site da Presidência da República, o Presidente recorda: “Naquela que já é a melhor participação de sempre de Portugal nos Jogos da Era Moderna, Pedro Pichardo alcançou a glória do ouro olímpico, a quinta destas medalhas na história de Portugal”.

O primeiro-ministro, António Costa, também já reagiu à vitória histórica: “O melhor resultado de sempre em Jogos Olímpicos e um enorme orgulho para todos nós”. António Costa dá os parabéns ao campeão e lembra que “cada centímetro é ouro, mas também é muito trabalho”.

“17,98m de orgulho gigante!” O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, felicita Pedro Pichardo por ter sido “um colosso no estádio”. O ministro que tutela o Desporto destaca o privilégio que será ouvir a A Portuguesa em Tóquio 2020. “O país não esquecerá o teu feito. Muitos parabéns e que o teu exemplo de compromisso seja seguido por muitas gerações de atletas.”

O Instituto Português do Desporto e da Juventude destaca, no Twitter, que “não há melhor no planeta” e felicita o atleta pela “extraordinária prova desde a qualificação, sempre com as melhores marcas”.

O presidente da Assembleia da República felicitou Pedro Pichardo pela conquista da medalha de ouro na prova do triplo salto dos Jogos Olímpicos. “Competindo com as cores de Portugal, Pedro Pablo Pichardo honra o país que o acolheu e fez seu, sendo merecedor do reconhecimento de todos os portugueses”, lê-se num comunicado de Eduardo Ferro Rodrigues.

Jorge Pichardo, pai e treinador de Pedro Pichardo, confessou-se feliz, mas garantiu que o atleta “tem ainda muito para conquistar pelo país”. “Estou satisfeito e feliz. Queríamos bater o recorde do Mundo, mas não conseguimos. Trabalhámos para o bater agora, contudo não deu. Será para a próxima”, vaticinou em declarações à Lusa, referindo-se ao melhor registo da história, do britânico Jonathan Edwards, fixada em 18,29 metros.

Ao terceiro salto, só parou nos 17,98 metros: o momento em que Pedro Pablo Pichardo carimbou a medalha de ouro

“O meu pai é um bocado maluco a colocar pressão em cima de mim. Não vai estar feliz com a marca. Ele estava à espera que eu fizesse pelo menos os 18 metros”, disse Pedro Pichardo na conferência de imprensa. “Tenho a certeza que quanto a ser campeão olímpico está contente, mas com a marca não estará feliz. É um bocado maluco, exige muito”, brincou.

Foi uma conquista tremenda, contudo agora não pode descansar. Há muito para ganhar por Portugal”, disse o treinador, que lembrou o maior desafio vem agora. “O problema não é chegar, é manter.”

O treinador apelou aos portugueses que “aprendam a reconhecer” o sucesso daqueles que não nasceram em Portugal, mas agora representam o país. “Não viemos para substituir ninguém. Saímos de Cuba porque não nos deixavam trabalhar”, disse. Pai orgulhoso por ter um filho que alcançou o que o próprio não conseguiu, Jorge Pichardo também dedicou a vitória à família que está em Cuba.

O ator Eduardo Madeira também confessou no Facebook ter “zero paciência para a conversa do local nascimento” e conta o seu próprio exemplo: “Nasci na Guiné e não deixo de ser um atleta português, ou melhor, um artista”. E acrescenta: “Igualmente zero paciência para conversas clubísticas. Estes atletas representam as cores de Portugal. Ponto”.

https://www.facebook.com/eddiemadeira/posts/368916754600523

“Este título significa mais para ele do que para mim”, disse Pedro Pichardo na zona mista aos jornalistas. “Em Cuba disseram que não sabia treinar, que não fazia parte da Federação de Treinadores, tentaram tirar o título de licenciado, mandaram-no embora de treinador”, contou o atleta. “Fizeram tanta coisa que o meu pai teve de sair para morar na Suécia três anos porque em Cuba não podia treinar e chegar agora que é um bom treinador e um bom pai, deixa-o muito feliz.”

O desabafo de Pichardo: “Já não sou cubano, faço parte dos cinco portugueses campeões olímpicos. Só quero fazer a minha carreira em paz…”

Pichardo pai falou de Setúbal onde vivem e treinam e se sentem “confortáveis, tranquilos, sem preocupações”. Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, também destacou o papel importante deste município, que criou todas as condições necessárias para permitir que o atleta treinasse na cidade. E lembrou que uma vitória deste tipo é, também, o resultado do “esforço de muita gente por todo país”, dos clubes, das associações, dos dirigentes, das famílias.

“Para termos uma grande campeão deste nível, é preciso um país inteiro”, disse Jorge Vieira à rádio Observador, que revela “um sentimento de grande felicidade” porque assim “tudo faz sentido”.

Tóquio2020. Pichardo é ouro no triplo salto. “Para termos um campeão a este nível, é preciso o país inteiro”

O Município de Setúbal já felicitou o atleta, na página oficial, destacando que o atleta faz a preparação física integralmente na cidade.

https://www.facebook.com/municipiodesetubal/posts/4250182818400326

O clube português ao qual pertence o medalhado, o Sport Lisboa e Benfica, também reagiu à vitória e deu os parabéns a Pichardo.

José Mourinho confessa que não ficou acordado a ver a prova do atleta português, mas aproveitou um momento ao pequeno-almoço para felicitar Pichardo pela conquista nos Jogos Olímpicos.

https://www.instagram.com/p/CSL5HYmokPU/?utm_source=ig_web_copy_link

Marcelo: Pichardo está no podio “por mérito próprio, porque é excecional, e por mérito de Portugal, que o soube acolher”

“É sempre muito emocionante ouvir o hino e ouvi-lo a propósito de uma medalha de ouro que é muito, muito prestigiante” depois de umas olimpíadas “muito difíceis”, disse o Presidente da República, em declarações à RTP, minutos depois de Pedro Pichardo receber a medalha de ouro pela marca no triplo salto.

Esta edição dos Jogos Olímpicos foi “um teste à capacidade, à resistência e à preparação” dos atletas, em particular dos portugueses.

Queria daqui enviar um abraço ao Pedro Pichardo e dizer como estamos honrados por duas razões: estamos honrados pela medalha de ouro para Portugal, traduzida naquele hino que todos ouvimos sempre com emoção; e estamos honrados porque Portugal é isto.”

O Presidente da República lembra que “Portugal foi sempre um ponto de partida e de chegada. De partida dos nossos emigrantes, de chegada de imigrantes alheios.” E não passou ao lado de alguma polémica gerada pelas declarações a propósito do processo de naturalização de Pichardo.

Ao acolhermos de forma ecuménica, passámos a integrá-los [aos imigrantes] naquilo que somos. E, a partir desse momento, passaram a ser portugueses. Não porque isso f0sse uma forma qualquer de prosseguirem carreira, mas porque é a maneira própria de sermos, desde sempre, há séculos.”

O Presidente da República aproveita para enviar um “abraço” simultâneo a Pedro Pichardo e outro “a alguém que não subiu ao pódio mas está sempre no pódio, o Nelson Évora”.

“A história faz-se disso, dessa sucessão. E ficamos felizes com os que chegam de novo e chegam ao topo — aos melhores do mundo, neste caso melhor dos melhores — e também com a saudade dos que foram e continuam na nossa memória”, diz Marcelo, numa clara referência às conquistas de Évora em nome de Portugal.

A esse propósito, o Presidente da República lembra o “momento difícil” porque que passou o atleta triplista, com uma lesão que podia ter posto um ponto final na carreira competitiva. “Ele mostrou a coragem de, numa idade mais avançada, nunca desistir e continuar a ser o campeoníssimo”, diz Marcelo.

Neste momento, o nosso pódio tem duas figuras: a figura de Pichardo, que lá está por mérito próprio, porque é excecional, e por mérito de Portugal, que o soube acolher; e tem também no mesmo pódia o Nelson Évora que confirmou a presença na nossa memória. Nós não esquecemos.”

Marcelo anuncia, ainda, que está a “estudar” a melhor forma de reunir os atletas que representaram Portugal em Tóquio. Um objetivo difícil porque alguns ainda estão no Japão e outros, já regressados, estão a gozar de um período de férias.

De qualquer forma, o Presidente da República não hesita: “São excecionais”, diz.

A persistência do Jorge Fonseca, depois daquilo que teve mesmo em termos de saúde; a persistência de Fernando Pimenta, que é um lutador que nunca está satisfeito; o mesmo com a Patrícia Mamona, sempre em busca de melhor. E uma delegação que enfrentou muitas, muitas, muitas dificuldades”, assinalou.

“Queria, neste momento, abraçá-los a todos e ao presidente do Comité Olímpico de Portugal, porque também viveu períodos muito difíceis e acho que isto foi um esforço de equipa”, acrescenta Marcelo.