Ghislaine Maxwell está preparada para testemunhar em defesa do duque de York que, no início desta semana, foi processado num tribunal de Nova Iorque pela mulher que o acusa de abuso sexual: Virginia Roberts Giuffre. Agora, de acordo com o britânico The Telegraph, amigos da socialite caída em desgraça, detida em julho de 2020 por ligação a Jeffrey Epstein, dizem que esta apoiaria as alegações do príncipe, que continua a negar alguma vez ter tido relações com Giuffre.
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O relato de quem acusa — também ela alegada vítima de Epstein — é bem diferente. Giuffre defende que ela e o príncipe tiveram sexo três vezes em 2001, quando tinha apenas 17 anos. O primeiro encontro terá sido em Londres, na casa de Ghislaine Maxwell; o segundo terá acontecido na mansão em Nova Iorque do milionário suspeito de controlar um esquema de tráfico sexual e abuso de menores e que se enforcou na prisão em 2019; já o terceiro e último terá sido durante uma orgia na ilha privada de Jeffrey Epstein nas Caraíbas.
O advogado de Giuffre, David Boies, contou na terça-feira à noite que a defesa do duque optou pelo silêncio. “Ele pode ignorar-me. E ele pode ignorar a Virginia… mas não pode ignorar o processo judicial”. Na ação que deu entrada no tribunal federal de Manhattan, em Nova Iorque, na segunda-feira, o segundo filho da rainha Isabel II (e alegadamente o preferido) é acusado de ter “cometido agressão sexual” quando Virginia Giuffre era menor e de em “várias ocasiões” ter tocado na jovem de forma intencional e “de maneira ofensiva e sexual sem o seu consentimento”.
Numa entrevista ao Channel 4 News, Boies admite que provas como a fotografia que supostamente mostra o duque na companhia da alegada vítima “não vai direta e conclusivamente para a questão fundamental de se houve abuso sexual”, no entanto pode ser o suficiente para atacar a sua credibilidade. “Em última análise, isto resume-se a uma questão de credibilidade.”
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O processo em causa põe em cima da mesa a hipótese de o príncipe ser forçado a testemunhar num tribunal norte-americano mas também hipoteca seriamente um eventual regresso à vida pública — na sequência de uma desastrosa entrevista em novembro de 2019, onde negou qualquer envolvimento sexual com a mulher que o acusa, o duque foi afastado dos deveres públicos. À data em que processo faz correr muita tinta nos jornais britânicos, o príncipe está em Balmoral, onde vai passar as férias na companhia da rainha e também da ex-mulher, Sarah Ferguson, que até agora o tem sempre defendido publicamente.
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Maxwell pode ser uma testemunha importante na defesa do príncipe. “Ghislaine estará preparada para testemunhar em nome do duque”, disse um amigo, citado pelo The Telegraph. “Quando o caso contra o duque chegar a tribunal, ou Ghislaine será condenada e cumprirá 85 anos de prisão [ou se] for inocentada, é claro, ela ajudará o príncipe André. Eles são amigos há muito tempo. É muito provável que Ghislaine se ofereça para ajudá-lo.”