O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou esta terça-feira aos Estados-membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para aumentarem a quantidade de vacinas contra a Covid-19, assinalando que a região é a mais atingida pela pandemia em África.

Nyusi fez a exortação, discursando na qualidade de presidente cessante da SADC, durante a 41.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização, que se realiza até quarta-feira na cidade de Lilongwe, capital do Maláui.

“A aceleração na aquisição de vacinas e expansão dos programas de imunização” deve ser uma prioridade para os Estados-membros da SADC na luta contra a pandemia de Covid-19, declarou.

O chefe de Estado moçambicano observou que a África Austral contribui com mais de 50% de óbitos provocados pela Covid-19 no continente africano, cenário que impõe medidas drásticas, mas com equilíbrio.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A testagem massiva nos centros urbanos, coordenação na aplicação das medidas e controlo epidemiológico e expansão dos programas de imunização também devem ser contemplados nas estratégias de combate à Covid-19, acrescentou Filipe Nyusi.

Os Estados-membros da SADC, prosseguiu, também devem unir-se na mobilização de apoios para o alívio de dívidas dos países mais pobres e duramente afetados pela pandemia.

O chefe de Estado moçambicano exortou os países produtores de vacinas a aceitarem a transferência de direitos sobre tecnologias de imunizantes, isentos de encargos.

África, continuou, também deve apostar na produção de vacinas locais para ter maior capacidade de inoculação da sua população.

O impacto da pandemia de Covid-19 continua presente e visível, através da tragédia quotidiana provocada por novas mutações, aumento do número de infeções e óbitos bem como na desaceleração e recessão nas economias nacionais, regionais e globais”, acrescentou Filipe Nyusi.

Nyusi notou que os sistemas de saúde pública dos países da África Austral estão a atingir níveis críticos de saturação na sua capacidade de proverem serviços, numa fase em que se registam evidências de que a região é assolada por uma terceira vaga de Covid-19.

A Covid-19 provocou pelo menos 4.370.427 mortes em todo o mundo, entre mais de 207,84 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.