As trocas comerciais entre Portugal e o Afeganistão são residuais, tendo as exportações de bens portugueses para Cabul somado 1,28 milhões de euros em 2020, enquanto as importações eram 16 mil euros, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Assim, o saldo da balança comercial era positivo para Portugal em 1,27 milhões de euros.
Nos primeiros seis meses do ano, as exportações ascenderam a 974 mil euros, contra 33 mil euros um ano antes, enquanto as importações totalizaram 26 mil euros.
No ano passado, havia 7.200 operadores económicos portugueses a exportar para o Afeganistão, contra 6.098 no ano anterior.
Em 2020, entre os principais produtos exportados para Afeganistão constam medicamentos, em doses e acondicionados para venda a retalho, que totalizaram 932 mil euros, com um peso de 72,5% no total de vendas a Cabul.
As vendas de papel e cartão, não revestidos, tipo usados para escrita ou outros fins gráficos, entre outros, ocuparam o segundo lugar de produtos mais exportados, com um peso total de 16,1%.
Os tapetes e outros revestimentos para pavimentos, materiais têxteis, tecidos à mão, entre outros, foram os produtos mais comprados por Lisboa no ano passado, com um peso de 39,6%.
As especiarias como gengibre, açafrão, curcuma, louro e caril, entre outros, representavam 3,9% do total das compras a Cabul por Lisboa.
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a “vida, propriedade e honra” vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.