A secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, qualificou esta quarta-feira como “bastante positivos” os resultados do combate ao incêndio que se iniciou em Castro Marim, que poderia ter atingido os 20.000 hectares ardidos, mas ficou nos 6.700.
“Nós tínhamos aqui uma ocorrência com um potencial enorme de destruição, com uma área potencial que poderia ter alcançado os 20.000 hectares, e os números que hoje temos são bastante positivos e eles devem-se à eficácia e à operacionalidade de todos aqueles que combateram este incêndio, quer no terreno, quer nas salas de operações, quer no comando regional, mas também na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, onde toda esta operação foi acompanhada desde a primeira hora”, afirmou a governante.
Patrícia Gaspar falava no Azinhal, em Castro Marim, durante o último ponto de situação da Proteção Civil sobre o incêndio que se iniciou na segunda-feira à 01:05, foi dado como dominado às 10:20, mas sofreu depois um reacendimento que levou à propagação do fogo para sul. As chamas só foram dominadas esta quarta-feira, às 16:02.
Congratulamo-nos com o facto de não existirem vítimas deste incêndio, quer ao nível da população civil, quer ao nível dos operacionais, houve alguns ferimentos ligeiros e esperamos que as pessoas que os sofreram rapidamente possam recuperar”, afirmou.
A secretária de Estado destacou o trabalho que tem estado a ser feito com “um apelo constante” para que haja “uma adequação dos comportamentos de toda a população junto dos espaços florestais” e sublinhou que o incêndio, agora em fase de consolidação da extinção e rescaldo, aconteceu “naquele que, até hoje, foi o pior dia em termos de severidade meteorológica deste ano”.
Temos alertado para que qualquer pequena ignição, nestas condições meteorológicas, pode degenerar numa grande ocorrência e esta é a prova de que estes apelos nunca são demais”, alertou.
Patrícia Gaspar realçou também o trabalho que tem sido feito pela Proteção Civil e o Governo na implementação de “um dispositivo todo ele integrado, cada vez mais robustecido”, que está a “garantir bons resultados”.
Isto não é um balanço, é muito cedo para balanço, mas este ano apresenta-se até agora com resultados bastante positivos. Estamos a falar de cerca de 16.600 hectares ardidos desde o início do ano, aos quais se irão somar os dados finais apurados deste incêndio, e isto representa uma redução de cerca de 74% face àquele que é o balanço dos últimos 10 anos”, exemplificou.
A par destes números, Patrícia Gaspar disse que tem sido “conseguido também reduzir o número de ocorrências”, embora sem quantificar.
“Temos todos de ficar de alguma forma satisfeitos – não com o incêndio, que obviamente gostaríamos que não tivesse acontecido – mas porque, considerando as consequências que ele poderia ter tido, o balanço que nos é dado a conhecer é de alguma forma positivo“, declarou.