Poucos minutos depois de confirmadas as explosões em Cabul, várias imagens começaram a circular e a mostrar os momentos de terror: pessoas a fugir, feridos a ser transportados para os hospitais em carrinhos de mão e corpos empilhados. Horas depois, as dúvidas sobre o que realmente aconteceu na capital afegã ainda são muitas. O que já se sabe e o que falta saber?

O que já se sabe

Uma explosão. Ao início desta tarde de quinta-feira (hora de Lisboa), ocorreram uma explosão perto do aeroporto de Cabul, onde forças norte-americanas e britânicas estavam posicionadas, ocorrendo perto do portão Abbey do aeroporto. Inicialmente, tinha sido divulgado uma segunda explosão perto do Baron Hotel, que fica a uma curta distância do portão Abbey, mas o Pentágono desmentiu esta sexta-feira este segundo ataque;

Segundo informações divulgadas pelo Departamento da Defesa norte-americano, as explosões terá ocorrido perto da porta Este do aeroporto de Cabul

Após as explosões, disparos contra a população. Vários homens dispararam contra civis e militares depois das duas explosões.

ISIS reivindicou o ataque. O autoproclamado Estado Islâmico reivindicou o ataque em Cabul, num comunicado publicado no Telegram onde o ISIS afirma ser o responsável pelas duas explosões. Foi o ISIS-K, afiliado do Estado Islâmico, tinha realizado o ataque. O comunicado explicava que um dos bombistas suicidas conseguiu passar pelo controlo de segurança dos talibãs no aeroporto, chegando a ficar a cinco metros de soldados, intérpretes e colaboradores dos EUA antes de se fazer explodir. No entanto, o Pentágono admite que os talibãs possam ter estado envolvidos no ataque, uma vez a facilidade de o bombista suicida em ter entrado nas imediações do aeroporto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Há pelo menos 169 mortos (civis), além dos 13 militares dos EUA. Segundo uma atualização divulgada já na sexta-feira, morreram nas explosões pelo menos 169 civis afegãos, além de 13 militares norte-americanos;

Mais de 150 pessoas ficaram feridas. Segundo o mesmo balanço transmitido a uma televisão local, “pelo menos 150 pessoas” ficaram feridas. Haverá, também, 15 militares norte-americanos;

Soldados norte-americanos mortos e feridos. O balanço mais recente dá conta de que 13 militares norte-americanos morreram e outros 15 ficaram feridos na sequência das explosões. Alguns estão a receber cuidados médicos na Alemanha.

Afeganistão. Só no ataque de quinta-feira morreram mais soldados americanos do que em todo o ano passado

Militares portugueses em Cabul estão bem. Os quatro portugueses destacados para o Afeganistão para retirar civis afegãos estão todos bem, confirmou ao Observador o Ministério da Defesa. Os militares estão no aeroporto de Cabul numa missão para retirar 116 pessoas identificadas na lista prioritária de Portugal — afegãos e familiares que colaboraram com as forças portugueses nos últimos 20 anos no Afeganistão — e vão deixar a capital afegã brevemente.

O presidente Biden já reagiu. Após várias horas reunido, o líder norte-americano fez um discurso, onde deixou uma mensagem para os autores dos ataques que vitimaram militares norte-americanos: “Não vamos perdoar, não vamos esquecer. Vamos perseguir-vos e fazer-vos pagar”.

Duas explosões no aeroporto de Cabul fazem pelo menos 90 mortos, incluindo 13 militares norte-americanos. ISIS reivindica ataque. Biden diz que “não vai perdoar”

O que falta saber

O número final de vítimas mortais e feridos. Segundo uma atualização divulgada já na sexta-feira, morreram nas explosões pelo menos 169 civis afegãos, além de 13 militares norte-americanos;

Afeganistão. As fotografias e vídeos da explosão junto ao aeroporto de Cabul

Como decorreu a segunda explosão e os disparos que a seguiram. A segunda explosão acabou por ser desmentido pelo Pentágono.

Se os EUA estavam informados de um possível ataque. O porta-voz dos talibãs, Zabiullah Mujahid, emitiu um comunicado a garantir que os americanos foram informados sobre um possível ataque do ISIS junto ao aeroporto de Cabul. “Os talibãs alertaram as tropas americanas para possíveis grupos terroristas como o ISIS“, lê-se.

Notícia atualizada às 23h15 com o último balanço