A Protoiro responsabilizou esta sexta-feira o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) pela “violência” e pelas “agressões” ocorridas esta quinta-feira na manifestação contra a homenagem ao cavaleiro tauromáquico João Moura, suspeito de maus-tratos a animais, no Campo Pequeno, em Lisboa. A associação acusa o PAN de “aproveitamento político” e de usar um “discurso de incentivo ao ódio”.
Em comunicado publicado no seu site oficial, a Protoiro repudia e condena “profundamente a violência, insultos, vandalismos, intimidações e agressões” realizadas pelos presentes nos protestos, que atacaram “cidadãos e famílias, muitas vezes na presença de crianças, numa demonstração de ódio e total ausência de civismo”. O Corpo de Intervenção da PSP teve mesmo de ser acionado após os ânimos se terem exaltado entre os manifestantes.
Para a Protoiro, o discurso de ódio e de justicialismo público do PAN criou um “contexto promotor de violência com insultos e agressões”.
Além disso, a associação repudia “o aproveitamento político realizado pelo PAN, que transformou um caso de justiça, que diz respeito à vida pessoal do cavaleiro João Moura, numa tentativa de ataque à cultura tauromáquica”. Em causa, está o julgamento do cavaleiro de 59 anos por maus-tratos animais, que, em fevereiro de 2020, foi constituído arguido e presente a um juiz, no Tribunal de Portalegre, tendo-lhe sido aplicada o Termo de Identidade e Residência.
Além disso, a Protoiro diz que o PAN ignora o “respeito pelos mais básicos princípios de um Estado de direito democrático, como a presunção de inocência até existência de uma sentença transitada em julgado”, preferindo embarcar “num julgamento em praça pública, impróprio de democratas”.
Em defesa dos manifestantes a favor da prática da tauromaquia que estiveram presentes nos protestos, o Protoiro elogia a “forma ordeira, pacífica e civilizada com que os aficionados suportam estas demonstrações de violência”, realçando tendo sido um exemplo dos seus “valores, elevação, respeito e educação”.
A manifestação à porta do Campo Pequeno foi organizada pelo partido Pessoas, Animais, Natureza e marcada para as 19h30 desta quinta-feira. No entanto, juntaram-se também outras associações defensoras dos direitos dos animais. Uma delas — a IRA (Intervenção e Resgate Animal) — disponibilizou mesmo um autocarro para levar manifestantes do Porto.
Relativamente à eventual proibição das touradas — defendida pelo PAN —, a Protoiro salienta que as corridas de touros se inserem no “livre exercício da produção e acesso à cultura”.