Centenas de pessoas juntaram-se ao final desta tarde de quinta-feira no Campo Pequeno, em Lisboa, para se manifestarem contra a homenagem ao cavaleiro tauromáquico João Moura, suspeito de maus-tratos a animais, segundo avança a TVI. Vários agentes da PSP estão a fazer um reforço da segurança e foi montado um dispositivo com grades à volta da praça, para impedir os manifestantes de se aproximarem.

O Corpo de Intervenção da PSP foi acionado após os ânimos se terem exaltado entre os manifestantes, adianta o Correio da Manhã.

Antes da ação de protesto, foi pintada a palavra “Não”, em letras garrafais vermelhas, em frente à praça do Campo Pequeno. No Instagram, o artista plástico Bordalo II mostra o graffiti, sem assumir a sua autoria, manifestando-se contra a tauromaquia. “A tinta é fácil de apagar, mas a ideia fica entranhada nas pedras da calçada, é a evolução dos tempos, habituem-se”, pode ler-se.

A manifestação à porta do Campo Pequeno foi organizada pelo partido Pessoas, Animais, Natureza e marcada para as 19h30 desta quinta-feira. No entanto, juntaram-se também outras associações defensoras dos direitos dos animais. Uma delas, a IRA (Intervenção e Resgate Animal) que disponibilizou um autocarro para levar manifestantes do Porto, segundo explicou na sua página do Instagram.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ao longo da semana, a IRA tem vindo a partilhar no Instagram as fotografias dos 18 cães apreendidos ao cavaleiro tauromáquico João Moura, detido a 19 de fevereiro de 2020 por suspeitas de maus-tratos a animais, em Monforte, no distrito de Portalegre. A GNR divulgou as fotografias dos animais, que surgem bastante magros, “subnutridos e sem condições de salubridade” — um deles, acabou por morrer.

Na altura, o cavaleiro de 59 anos foi constituído arguido e presente a um juiz, no Tribunal de Portalegre, para primeiro interrogatório, tendo-lhe sido aplicada o Termo de Identidade e Residência.

GNR divulga imagens dos cães “subnutridos” do cavaleiro João Moura. Um dos animais já morreu

A detenção ocorreu no âmbito de uma investigação Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR. Ao que o Observador apurou na altura, na sequência de uma investigação que se desencadeou depois de uma denúncia anónima, os militares da GNR “apuraram que os referidos cães se encontravam subnutridos e que não lhes eram prestados os devidos cuidados de bem-estar animal”. Foram realizadas buscas à herdade do cavaleiro tauromáquico João Moura — “o que resultou no resgate de 18 cães por se encontrarem subnutridos e sem condições de salubridade” e na detenção do suspeito.

GNR detém cavaleiro João Moura por maus tratos a animais de companhia