O número de transplantes de órgãos diminuiu drasticamente em vários países entre 2019 e 2020, revela uma investigação científica publicada esta segunda-feira na revista científica The Lancet. A quantidade total de transplantes de rim, fígado, pulmão e coração de doadores humanos caiu 31% durante a primeira vaga de Covid-19 e quase 16% no final de 2020. O estudo internacional traz dados de 22 países: englobando três continentes e incluindo Portugal.

Os investigadores alertam para o impacto em larga escala da pandemia nos serviços de saúde e nos pacientes. A análise, resumida pelo jornal The Guardian, teve em conta o número de transplantes executados em cada país desde o momento em que cada um confirmou 100 casos de Covid-19 e depois comparou-os com os homólogos do mesmo período do ano anterior.

Tendências temporais revelaram uma redução mundial acentuada na atividade de transplantação durante os primeiros três meses da pandemia, com as perdas a estabilizarem a partir de junho, mas voltando a diminuir de outubro a dezembro”, lê-se no estudo.

Com o aparecimento da pandemia causada pelo coronavírus, os hospitais foram forçados a adiar as cirurgias de transplante, tanto por causa dos recursos, como camas de cuidados intensivos, alocados à epidemia, como pelas preocupações com a segurança dos beneficiários da transplantação no meio hospitalar.

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Covid-19. Menos 197 órgãos para transplantes colhidos em 2020

Mas o cenário não se revelou igual em todos os países analisados. Ao passo que na Suíça a diminuição do número total de transplantes levados a cabo foi de 1,34%, no Japão a queda representou 66,71%.