O presidente bielorusso criticou esta sexta-feira os atletas do seu país pelos fracos resultados e ameaçou cortar os subsídios dos desportistas para fazer corresponder à “média” nacional, que era em julho de 1.472 rublos (cerca de 492 euros).

“Tudo o resto vai depender dos resultados. Não haverá mais dinheiro fácil”, advertiu Alexander Lukashenko, ao inaugurar um centro juvenil do clube de futebol Dínamo de Minsk.

Lukashenko, citado pelo portal “Zerkalo.io”, garantiu que o jogo apresentado pelos futebolistas bielorrusos é “inaceitável”.

O presidente aludia em particular à derrota das camadas jovens da Bielorrússia no jogo contra a selecção islandesa, disputado esta sexta-feira em Brest, França.

“Não entendo por que eles foram autorizados a entrar em campo se o que estavam a fazer era descansar. Fiquei envergonhado pelo desempenho deles contra os islandeses“, disse Lukashenko sobre o encontro em que a Bielorrússia perdeu por 2-1.

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Lukashenko rejeitou as acusações contra as autoridades por não investirem no desenvolvimento do desporto e garantiu que os atletas que apresentarem bons resultados terão direito a receber “bom dinheiro”.

“Vamos buscar esse dinheiro. Mas se não houver resultados, nem sonhem com isso”, avisou, aproveitando também para criticar o desempenho da seleção nacional durante as Olimpíadas de Tóquio.

Muitos atletas bielorrussos têm vindo a denunciar, desde o ano passado, a violenta repressão às manifestações pelas forças de segurança do país, que, em muitos casos, lhes custou reprimendas e até mesmo detenções ilegais.

Atleta bielorrussa que foi mandada para casa recebeu asilo da Polónia

No mês passado, a velocista Krystsina Tsimanouskaya, refugiada na Polónia após enfrentar as autoridades de seu país durante os Jogos Olímpicos na capital japonesa, denunciou que as autoridades tinham proibido “todos os atletas de deixarem a Bielorússia, seja para competir, treinar ou mesmo para férias”.

A situação dos atletas bielorrussos fez manchetes dos jornais em Tóquio, quando a delegação olímpica bielorrussa tentou repatriar à força Tsimanouskaya, a qual foi defendida pelo Comité Olímpico Internacional.

Tsimanouskaya leiloou uma medalha para arrecadar fundos para atletas perseguidos na Bielorrúsia e assinou contrato com um clube polaco para continuar sua carreira desportiva.