O regresso às aulas costuma trazer aos pais um misto de alívio e ansiedade. Isto porque se, por um lado, queremos todos que os mais novos voltem a ter uma rotina normalizadora (as férias deles são intermináveis, certo?), por outro lado, as finanças ressentem-se sempre com o rombo que sofrem, devido à compra dos manuais escolares e restante material. Mas será que precisamos mesmo de gastar tanto dinheiro? A resposta é um rotundo não. O truque para conseguir poupar é muito simples e passa apenas por alguma organização prévia e uma certa criatividade. Mas o que é realmente interessante é que, desta forma, não só se reduz a preocupação e se conseguem grandes poupanças, como também se protege o planeta. Se nunca tinha pensado que a forma como prepara o novo ano escolar dos seus filhos também pode contribuir para a sustentabilidade, fique connosco e siga os nossos conselhos, baseados na regra dos 3 R’s: reduzir, reutilizar e reciclar. No final, encontra ainda uma solução para que as despesas inevitáveis não causem qualquer transtorno na sua carteira.

Regra #1 – Reutilizar muito, sempre

Antes de se deslocar a uma papelaria ou grande superfície com a interminável lista de material escolar na mão, dedique algum tempo a analisar tudo o que ficou do ano anterior. Vai ver que tem uma agradável surpresa, pois os miúdos raramente gastam tudo até ao fim e algumas embalagens ficam até por encetar. Mas para que não lhes falte nada na hora do retorno à escola, sugerimos que proceda da seguinte forma:

1 — Esvazie mochilas, estojos, bolsas, lancheiras, sacos de desporto e pastas. Com um pano embebido numa solução de base alcoólica ou numa mistura de água com detergente da loiça limpe bem o interior e o exterior. Pode usar um aspirador pequeno para eliminar aquelas migalhas, aparas de lápis e resquícios de borracha que inundam o interior. Algumas mochilas e sacos desportivos podem ser lavados na máquina da roupa, desde que a baixas temperaturas. Alças descosidas podem ser consertadas (se o material for muito rígido, peça ajuda a um sapateiro) e algumas manchas podem ser escondidas com autocolantes ou emblemas.

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Dica: As mochilas que não estão em condições para enfrentar um novo ano podem passar a ser usadas para a praia, por exemplo, e as lancheiras são ótimas para transportar compras que precisam de frio, como os iogurtes ou congelados.

2 — Além da mochila, esvazie também as gavetas e prateleiras onde os mais novos costumam arrumar o material escolar. Se o fizer, vai encontrar um manancial de produtos quase novos, alguns ainda dentro da embalagem original, e que já nem eles se lembravam que tinham.

3 — Espalhe tudo no chão e, com a ajuda deles (porque é importante começar desde cedo a sensibilizá-los para a importância da reutilização de materiais e dotá-los de consciência ambiental) organize os itens por secções: lápis, canetas, canetas de feltro, borrachas, afias, cadernos, réguas/esquadros, tesouras, etc. Separe o que não estiver em condições e reserve o que estiver apto para o novo ano.

4 — Alguns cadernos estarão ainda por estrear (vão diretos para a mochila do próximo ano letivo), mas outros encontram-se apenas com algumas folhas utilizadas. Neste caso, retire as folhas usadas e encaminhe-as para a reciclagem, ficando com o restante caderno praticamente intacto. Se forem poucas as folhas em branco, a melhor solução será destacá-las para as usar como papel de rascunho (veja a regra #3 para saber como reciclar o que sobra do caderno).

5 — Preste atenção à pilha que se formou de folhas soltas. São imensas e provenientes de fichas, testes de avaliação, recados para os encarregados de educação, composições e todo o tipo de trabalhos de expressão plástica realizados ao longo do ano. Junte todas as folhas em que apenas um dos lados foi usado e volte a utilizá-las como papel de rascunho. Se preferir, pode cortar as folhas num formato mais pequeno e prenda-as com um clipe ou agrafo para usar como bloco de apontamentos.

Dica: Em relação aos trabalhos artísticos, escolha apenas os preferidos da família e guarde-os numa pasta criada para o efeito (pode ter uma para cada ano escolar, por exemplo). Em relação aos restantes, deve ter o cuidado de separar os materiais utilizados: o papel pode ser reciclado, da mesma maneira que a esferovite ou as cápsulas de café (ambas no ecoponto amarelo).

6 — Guarde as (muitas) borrachas que encontrar. As brancas ficam como novas se as limpar com álcool. As outras podem ser limpas se as esfregar numa folha branca, sem intenção de apagar nada, apenas com o intuito de remover as partes sujas.

7 — Os lápis de cor ou de cera que já estiverem pequenos ou que forem provenientes de conjuntos a que já faltam muitas cores podem ser colocados numa caixa de sapatos, ficando disponíveis para usar em casa nos mais diversos trabalhos manuais. Em alternativa, esta caixa pode ser encaminhada para algum jardim infantil ou organização de solidariedade que recolha este tipo de material.

8 — Se as canetas de escrita e de colorir estiverem secas, coloque-as num recipiente com o bico virado para baixo durante algumas semanas para ver se podem ser aproveitadas. Se não puderem, veja o que fazer na regra #3.

9 — Há itens que não se desgastam de um ano para o outro, como é o caso da calculadora, dicionário, compasso, tesoura, régua e esquadro. Limpe-os com um algodão embebido em álcool e use-os de novo, sensibilizando os mais novos para a necessidade de preservar o material.

10 — Em relação à roupa e ao calçado, nomeadamente o utilizado nas diversas atividades desportivas, deve fazer o mesmo tipo de triagem: avalie tudo o que ficou do ano anterior e veja se ainda serve. Se o tamanho estiver bom, mas encontrar rasgões na roupa, cotovelos gastos ou ténis descolados, saiba que para tudo isto há solução: basta recorrer à caixa de costura ou aos remendos que se colam com o ferro de engomar. Também pode colocar cotoveleiras em casacos ou camisolas e pedir ao sapateiro para colar aqueles ténis caríssimos que se descolaram devido ao excesso de uso.

Regra #2 Passa a outro e não ao mesmo

Quando o material (como as mochilas, estojos ou lancheiras) ainda está em condições, mas deixa de fazer sentido – por exemplo, quando as crianças deixam de usar mochilas com rodas ou crescem e deixam de se identificar com os seus heróis de infância – o ideal é encaminhá-lo para outra criança, seja da família ou do grupo de amigos. Se não conhecer ninguém dessa faixa etária, pode encaminhar o material para alguma organização de solidariedade que faça esse tipo de recolha, nomeadamente as paróquias ou outras. O mesmo deve ser feito em relação à roupa que deixa de servir, mas que continua em bom estado.

Regra #3 – Reciclar a todo o gás

Quando nenhuma das sugestões anteriores puder ser aplicada, isso significa que os materiais devem ser reciclados, a bem do planeta. Mas na hora de o fazer são muitas as dúvidas que nos assolam sobre o local mais apropriado:

1 — As folhas usadas dos cadernos devem ser removidas e colocadas no depósito azul da reciclagem. Se forem de cartão, as capas dos cadernos também terão o mesmo destino, mas se forem de plástico, devem ser removidas e colocadas no lixo indiferenciado, pois este material não é reciclável. O mesmo com as argolas, ainda que, se estas forem de metal, podem ser esticadas e o arame utilizado em reparações domésticas, por exemplo. Exatamente o mesmo tipo de raciocínio é aplicado aos dossiers.

2 — Os materiais de escrita – como canetas, marcadores, lápis, entre outros – não podem ser reciclados nos ecopontos habituais, mas há iniciativas destinadas a resolver essa lacuna, como as promovidas pela Terracycle.

3 — Os separadores ou capas de papel são também reciclados no ecoponto azul, mas se forem de plástico vão para o lixo indiferenciado.

4 — Quanto aos manuais escolares, lembre-se que se em causa estiverem livros obtidos através do programa MEGA (Manuais Escolares Gratuitos), os mesmos devem ser devolvidos à escola, sob pena de não poder continuar a usufruir da iniciativa governamental. Já no que diz respeito aos livros de fichas, o ideal será entregar os que ficaram por usar (infelizmente, acontece) a pais de crianças numa faixa etária compatível ou indagar na escola por outra solução que permita a sua reutilização. Se os livros de fichas tiverem sido usados, então, o melhor destino é a reciclagem no ecoponto azul. Não se esqueça de remover as capas, caso estas tenham sido forradas com papel autocolante, e de as colocar no lixo indiferenciado.

5 — Materiais como tesouras estragadas, réguas ou compassos partidos, entre outros, devem ser colocados no lixo indiferenciado. Mas o lugar das calculadoras que não funcionam é nos pontos de reciclagem destinados à recolha de pequenos eletrodomésticos ou aparelhos eletrónicos.

Regra #4 – Reduzir e refletir

Depois de analisar tudo o que sobrou do ano anterior, o mais provável é que chegue à conclusão de que comprou material a mais. Assim, quando este ano voltar a comprar alguns itens que vão fazer falta para o novo ano escolar, pondere bem e reduza a lista ao máximo. Além de poupar, vai contribuir para reduzir o desperdício e a quantidade de resíduos encaminhados para a reciclagem. Eis o que pode fazer:

1 — Fuja à tentação de comprar em duplicado (ou triplicado) os itens que constam da lista entregue pela escola e evite fazer compras em momentos de grandes enchentes para não se sentir impelido a açambarcar também.

2 — Opte por marcas brancas no que diz respeito a cadernos ou materiais de escrita, pois nestes artigos, em regra, a qualidade é semelhante à dos produtos de marca, mas bem mais baratos. Já no que diz respeito às mochilas, estojos e lancheiras, talvez seja um bom investimento apostar em material de qualidade e resistente e, de preferência, sem bonecos, já que estes passam de moda e inviabilizam que as crianças os queiram usar no ano seguinte.

3 — Sempre que possível, opte por material reutilizável, como os dossiers em vez dos cadernos ou as canetas e marcadores com cartuchos recarregáveis ou substituíveis. Dê também preferência a marcas que revelem algum tipo de preocupação ecológica, nomeadamente, em termos de preservação das florestas, utilização de material reciclado ou amigo do ambiente.

4 — Quanto a forrar, ou não, os livros, o mais sensato será encapar os manuais escolares – sobretudo os que se destinam a ser utilizados por outras crianças nos anos seguintes – como forma de lhes prolongar a vida. Mas os livros de fichas poderão ficar de fora, tendo em conta que, em princípio, serão de utilização única. Desta forma, será menor a quantidade de plástico que utiliza e mais papel será reciclado.

Regra #5 – Recorrer a um crédito

Apesar de todas as estratégias para reduzir a quantidade de material a comprar para o regresso às aulas e poupar no orçamento, é inevitável que haja necessidade de algum investimento. Sendo certo que o esforço será tanto mais elevado quanto maior for o número de crianças em idade escolar. Para que o rombo na carteira não se faça sentir e setembro seja vivido sem qualquer tipo de ansiedade relacionada com as finanças, o banco Credibom disponibiliza algumas opções, nomeadamente o Crédito Pessoal Simples, que permite um financiamento até 4.900 euros (TAN desde 6,90% e TAEG desde 12,40%), com prazos de 12 a 60 meses e sem comissão de abertura de contrato. E porque aquilo que os pais querem nesta altura do ano é poucas complicações, o Credibom garante um processo de adesão simplificado, rápido e seguro, sem necessidade de presença física, já que o processo de assinatura do contrato é inteiramente eletrónico — saiba mais em credibom.pt.

Seguindo os nossos conselhos de poupança, reutilização e reciclagem e optando por um crédito para as despesas obrigatórias, vai ver que o início deste letivo será o menos turbulento de todos – e o mais sustentável também. Bom regresso às aulas!

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