Com o CEO da marca Wayne Griffiths como mestre de cerimónia, a Cupra revelou ao público o UrbanRebel Concept, um protótipo concebido como veículo de competição em pista, tão atraente quanto agressivo, repleto de asas, splitter e extractor, entre outras soluções para incrementar o apoio aerodinâmico e colar o modelo ao asfalto.
Apesar de o UrbanRebel poder circular – tem dois bancos, a bateria onde deveria estar o banco traseiro, um motor em cada eixo que totalizam 250 kW (340 cv), ou 320 kW (435 cv) em pico –, é um protótipo de que apenas será produzido um exemplar, o que não o impede de revelar parte das soluções estéticas do mini eléctrico que a Cupra irá fabricar em 2025.
Wayne Griffiths começou por salientar o crescimento da Cupra ao longo dos seus (apenas) três anos de vida, com uma gama cada vez maior, com sucessos como o crossover Formentor e uma forte aposta nos veículos eléctricos, prevendo lançar o Born já em Novembro, o SUV Tavascan em 2024 e a versão de cinco portas do UrbanRebel em 2025.
Para suportar um maior volume de vendas e reforçar o estatuto de marca premium e desportiva, a Cupra aposta nas City Garage, locais de exposição e de convívio onde os potenciais clientes podem analisar (e experimentar) os modelos da marca desportiva da Seat. Já em Munique, Wayne Griffiths aproveitou para “inaugurar a City Garage de Munique”, deixando a promessa de “abrir, muito em breve, as City Garage em Berlim, Milão, Madrid, Roterdão e Lisboa”.
Eléctricos serão bons para a Cupra e para Espanha
Além do UrbanRebel, de que mostrou o protótipo e um esboço sobre o perfil do modelo, a Cupra mostrou o também eléctrico Born, fabricado sobre a plataforma MEB do Grupo Volkswagen, que começará a ser entregue a clientes em Novembro deste ano, assumindo-se como o primeiro eléctrico da nova vaga da Seat/Cupra. Será também o primeiro de três veículos novos e 100% eléctricos a bateria que a Cupra quer lançar até 2025.
Mas a Seat/Cupra quer ir mais longe e aproveitar o UrbanRebel, que partilhará a imagem estilística da frente com o Born, para reforçar o peso da divisão espanhola dentro do grupo alemão. Há um plano “muito bem encaminhado”, dizem, para atrair eléctricos para a fábrica de Martorell, sendo que a estratégia passará por conceber, desenvolver e produzir em Espanha as diferentes versões do mini eléctrico, que servirá a Cupra, mas também a VW, a Skoda e a própria Seat. Esse modelo recorrerá a uma nova plataforma, a MEB21, que por sua vez é uma versão mais curta e com tracção à frente da MEB utilizada por modelos como o Born e os VW ID.3 e ID.4.
O facto de a plataforma ser nova e partilhada por todos os próximos city cars eléctricos da Volkswagen AG permite à Seat garantir os actuais volumes de produção, pois se hoje saem da sua fabrica de Martorell cerca de 500.000 veículos/ano com motores térmicos, volume que tenderá a cair, o objectivo é assegurar a produção de 500.000 eléctricos/ano a partir de 2025, à custa do UrbanRebel e dos seus “irmãos” gémeos.
Tão importante quanto manter a fábrica a laborar, é o facto de a estratégia da Seat passar também pela implantação em Espanha de uma fábrica de baterias, para alimentar os pequenos citadinos, projecto em que o Governo espanhol parece tão empenhado quanto o construtor.