Portugal regista esta sexta-feira uma atividade epidémica de “moderada intensidade” com uma “tendência decrescente”, que se estende à pressão nos serviços de saúde e à mortalidade, indica o relatório de Linhas Vermelhas elaborado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

A incidência cumulativa a 14 dias por 100 mil habitantes também diminuiu em todo o país face à semana passada e apenas o Algarve está em risco considerado elevado (521) acima do limiar de 480 casos por 100 mil habitantes. Foi no Alentejo que a incidência cumulativa mais decresceu (24%) seguido do Norte (23%) e de Lisboa e Vale do Tejo (20%).

Também em todas as faixas etárias se registou uma descida da incidência cumulativa a 14 dias por 100 mil habitantes. A diminuição foi mais acentuada nas faixas etárias no grupo etário do 10 aos 19 e dos 20 a 29 anos — registando-se uma descida de 31% —, numa altura em que mais jovens e adolescentes completam o esquema vacinal.

R(t) abaixo de 1 em todas as regiões. É a primeira vez desde maio

O relatório das Linhas Vermelhas assinala que o rácio de transmissibilidade está abaixo de 1 em todas as regiões de Portugal Continental, o que pressupõe “uma tendência decrescente da incidência de infeção”. É a primeira vez que tal acontece desde dia 7 de maio.

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Na semana de 1 a 5 de setembro, o R(t) foi de 0,87 em Portugal continental, tendo havido uma diminuição em todas as regiões em comparação dos registos de há sete dias. O Norte, por exemplo, passou de um R(t) de 1,01 para 0,85 e o Alentejo de 0,98 para 0,83. A única exceção desta “tendência decrescente” é o Algarve, cujo valor do R(t) passou de 0,91 para 0,93.

“Tendência estável a decrescente” na pressão dos serviços de saúde

Também o número de doentes internados nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) diminuiu em comparação com a semana passada, registando “uma tendência estável a decrescente”. Tal como há sete dias, foi o grupo etário dos 60 aos 79 anos que teve mais pessoas internadas em UCI.

A proporção de positividade situou-se nos 3,1%, “um valor inferior ao limiar definido de 4,0%”. Contudo, a DGS e o INSA sinalizaram um “decréscimo no número total de testes realizados nos últimos dias” — menos 10% do que na semana passada.

Sobre as variantes em circulação em Portugal continental, a Delta continua a dominar por completo, representando 100% dos casos. Na última semana, não houve ainda nenhuma sequenciação genómica que tenha detetado a variante Mu, que está a ser monitorizada pela Organização Mundial de Saúde.