A campanha presidencial em França registou este domingo uma aceleração com a candidatura da responsável socialista pelo município de Paris, Anne Hidalgo, e a decisão da líder de extrema-direita Marine Le Pen de prescindir da direção do partido para se concentrar na eleição.
Marine Le Pen, finalista das presidenciais de 2017, está bem colocada nas sondagens para voltar a garantir lugar na segunda volta em 2022. Hidalgo, que se apresenta pela primeira vez, surge muito atrás nas intenções de voto.
Le Pen arrisca-se a enfrentar a eventual candidatura do polémico editorialista Eric Zemmour, mas Hidalgo envolve-se numa paisagem política assinalada por numerosas candidaturas, da extrema-esquerda aos socialistas e ecologistas.
Le Pen, 53 anos, transmitiu ao seu número dois, Jordan Bardella, a direção da União Nacional (RN), e detalhou o seu programa num discurso em Frèjus (sul), enquanto Hidalgo, 62 anos, confirmou a sua candidatura num discurso em Rouen (oeste).
A sete meses da primeira volta, a primeira revelou a sua palavra de ordem da campanha, as “liberdades”, para abordar alguns dos seus temas favoritos.
Desta forma, Le Pen prometeu, entre outras propostas, um referendo sobre a imigração em caso de eleição e maior firmeza no combate à criminalidade, prometendo colocar “os delinquentes franceses na prisão, os estrangeiros no avião”, ou ainda restaurar a autoridade nas “narco-cidades ou nas zonas talibanizadas”.
Hidalgo declarou-se por sua vez “candidata para oferecer um futuro às crianças, a todas as crianças”. Ao recordar a sua “experiência” de presidente do município da principal cidade de França e a sua política de combate à poluição automóvel, insistiu na dimensão ecológica da sua campanha.
“Devemos concretizar a transição ecológica”, assinalou, ao prometer um “plano de cinco anos para descarbonizar a economia”, mais descentralização ou o direito à eutanásia, entre outras.
Nas suas intervenções, as duas mulheres e rivais políticas também atacaram Emmanuel Macron, acusado de arrogância. O atual Presidente francês, provável candidato a um segundo mandato, recebeu hoje o apoio do seu antigo primeiro-ministro Edouard Philippe, figura popular da direita.