O candidato independente à câmara de Matosinhos Joaquim Jorge disse esta terça-feira quer resolver o “problema infernal do trânsito” no concelho, propondo a abertura de um túnel na zona da rotunda AEP e outro no acesso ao porto de Leixões.
Ao volante da sede móvel, no primeiro dia oficial de campanha eleitoral, Joaquim Jorge, professor e candidato àquela autarquia do distrito do Porto pelo movimento “Matosinhos Independente”, explicou que vai privilegiar “o contacto direto com a população” a grandes ações de campanha.
“A minha campanha vai ser assim. Vou ter com as pessoas, sem ações intromissivas. Vou aos cafés, às feiras, onde me quiserem ouvir, e onde não quiserem não falo”, disse.
Numa carrinha de nove lugares “emprestada por um amigo” para a campanha, Joaquim Jorge garante fazer “dezenas e dezenas” de quilómetros por dia para conhecer “os problemas de Matosinhos”, um concelho que “é muito mais do que a marginal”.
“Matosinhos precisa de uma verdadeira regionalização. A atenção está completamente virada para o mar e o interior está esquecido. Por exemplo, a freguesia onde eu nasci, S. Mamede de Infesta, é tratada como o Trás-os-Montes de Matosinhos”, disse.
Concentrado nos problemas do concelho, desviando os olhos da estrada para olhar para “zonas problemáticas”, o fundador do Clube dos Pensadores apontou o “trânsito infernal” como alvo deste dia.
“Passar na chamada ‘rotunda dos Produtos Estrela’ [AEP] é um pesadelo. Nada foi feito em termos de melhoria de acessos para acompanhar o crescimento de empresas nesta zona. Eu tenho a solução: um túnel que fure na Circunvalação até ao outro lado da rotunda. Isto há em todas as grandes cidades”, disse.
Uma passagem subterrânea é também a solução apontada por Joaquim Jorge para resolver o problema do trânsito noutra área do concelho: “Outro túnel da zona da antiga CEPSA até ao porto de Leixões. São soluções caras, mas possíveis”, destacou.
Lembrando que foi professor numa escola em que Luísa Salgueiro, atual presidente da câmara e candidata do PS, “estudava ainda muito novinha”, Joaquim Jorge apresentou, entre um cruzamento e uma visita “ao campo” em Matosinhos, a vontade de “criar um roteiro cultural” do interior concelhio.
“Temos tanta coisa bonita, tantos locais não aproveitados, tantos marcos históricos e culturais que não são publicitados. Matosinhos tem que ser mais do que a sala de jantar do Porto”, defendeu.
Joaquim Jorge prometeu “continuar a campanha de forma honesta e modesta”, porque “não é vergonha não ter dinheiro para a campanha, vergonha é ficar a dever”.
Durante o seu percurso, entre uma curva e uma reta defendeu também ser “preciso ter orgulho e delimitar o concelho”, considerando que “muita gente aqui já não sabe se está em Matosinhos ou em Leça do Balio”.
Para além de Joaquim Jorge, concorrem à Câmara Municipal de Matosinhos a atual presidente, Luísa Salgueiro (PS), José Pedro Rodrigues (CDU – coligação PCP/PEV), Bruno Pereira (PSD), Carla Silva (BE), Nuno Pires (PAN), Humberto Silva (Iniciativa Liberal/Aliança), Isabel Pontes (Chega) e António Parada (independente).