O líder do Chega, André Ventura, anunciou esta sexta-feira que vai apresentar no parlamento uma proposta para redução do número de vereadores e representantes em assembleias municipais para “emagrecer a máquina do Estado”.
“É a desnecessidade destes números. Há mais de 2.000 e tal mandatos de vereador em Portugal, em 2017, há mais de 6.000 mandatos de deputados e há mais de 27.000 mandatos de freguesia. Isto é ridículo num país como o nosso”, apontou André Ventura.
E, continuou, “se se juntar os cargos de nomeação em empresas públicas e em entidades como as CCDR”, (Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional), o líder do Chega considerou que há “um país a viver de nomeações e de cargos políticos”.
Num discurso de quase meia hora em Lamego, onde passou à hora de almoço desta sexta-feira, a apoiar a candidatura de Maria Valle à câmara deste concelho a norte do distrito de Viseu, André Ventura anunciou que ia fazer a proposta ao Parlamento de redução de número de eleitos municipais.
“É justamente para que os meus autarcas saibam, os do Chega saibam, que vamos fazer esta proposta, mesmo que isto nos prejudique a nós, nas eleições seguintes tal como fizemos no parlamento e não vamos desistir disto”, assumiu aos jornalistas no fim.
André Ventura disse saber que o Chega é um dos “principais prejudicados”, a par da Iniciativa Liberal (IL) e do Pessoas – Animais – Natureza (PAN) que são “os partidos parlamentares na disputa de lugares autárquicos” onde ainda não estão presentes, com exceção para o PAN que “tem poucos”.
“Se começarmos a emagrecer a máquina do Estado tem de ser também por aí. No número de cargos por nomeação, no número de cargos eleitos, para termos um Estado melhor, mais eficaz e menos custoso”, apontou.
No seu entender, “estes custos para o Estado, estes custos políticos, são desnecessários e ainda por cima em muitas câmaras municipais há um número de vereadores que não tem pelouro nenhum, que não fazem praticamente oposição nenhuma, porque têm acordos já com os executivos e servem para muito pouco”.
“Se todos andarmos a pensar no que é que é melhor para nós então andamos todos a fazer propostas para o nosso umbigo e não para o país. É fácil fazer demagogia como o PSD fazia ao dizer que a grande solução para isto é cortar nas gorduras do Estado, mas nunca dizia quais são estas gorduras, e assim ganham-se votos de todo o lado. Eu prefiro dizer quais são”, apontou.
André Ventura contou ainda com a presença de outros cabeças de lista que concorrem pelo Chega no distrito de Viseu, num total de 10 câmaras, dos 24 concelhos existentes: Lamego, Castro Daire, Mangualde, Moimenta da Beira, São Pedro do Sul, Sátão, Tabuaço, Tondela, Viseu e Vouzela.