O PAN defendeu esta sexta-feira um maior investimento nos centros de saúde e considerou imprudente começar a desmontar centros de vacinação contra a Covid-19 quando há pessoas que já estão a perder imunidade contra o coronavírus SARS-CoV-2.

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, disse aos jornalistas que é “manifestamente imprudente que se tenha começado um processo de encerramento dos centros que já estavam instalados para vacinação”, apontando aos centros de saúde, alvo de “desinvestimento crónico e carência estrutural de recursos humanos”, um papel na identificação de quem precisa de reforço de vacinas.

Sabemos que, infelizmente, ainda não debelámos este vírus. Há, de facto, uma grande percentagem [da população] que já tem segunda dose, mas também sabemos que existem já pessoas cujos anticorpos não estão a fazer efeito. É importante olhar para as franjas da população mais fragilizadas e que possam ser mais afetadas com as consequências da Covid-19 e garantir que há esse reforço”, salientou.

Nesta tarefa, os centros de saúde poderão ser parceiros, mas o PAN considera injusto “fazer recair apenas sobre os centros de saúde essa responsabilidade”.

“Há insuficiências e ausências do ponto de vista estrutural e de recursos humanos muito difíceis de suprir, e sem isso não se fazem milagres”, afirmou, notando que com a aproximação do inverno, recairá sobre os centros de saúde a tarefa da campanha de vacinação contra a gripe.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Inês Sousa Real afirmou estar entre os portugueses que não têm médico de família e apontou como “fundamental que haja um reforço dos centros de saúde, de valorização dos seus profissionais, de reforço dos médicos de família”.

O PAN, afirmou, vai também voltar a insistir no próximo Orçamento de Estado na criação de bancos de leite materno em cada uma das áreas regionais de saúde.

A unidade de saúde familiar de Oeiras, que Inês Sousa Real visitou esta tarde, é “um dos pouco exemplos” de bancos de leite materno em Portugal, uma estrutura importante para “muitas mães que não conseguem garantir todo o período de amamentação dos seus filhos” e fundamental “do ponto de vista da saúde das crianças”.

Além do reforço de investimento nos centros de saúde em geral, esta é “uma problemática social à qual o governo tem que dar resposta e é fundamental que se repliquem estes bancos de leite materno pelo país”, pelo menos nas quatro áreas regionais do continente.

Ao lado do candidato do PAN à câmara de Oeiras, Pedro Fidalgo Marques, Inês Sousa Real afirmou que o partido espera conquistar pelo menos um lugar na vereação e passar da deputada municipal única que conquistou em 2017 para um grupo na Assembleia Municipal do concelho.