O cabeça de lista do Volt à Câmara do Porto, André Eira, propôs este sábado a criação de um cluster da saúde para combater a “forte dependência” do turismo e comprometeu-se, se for eleito, a envidar esforços para conseguir uma agência europeia para a cidade.

“Propomos mitigar este efeito desta dependência [do turismo] com criação de um cluster da saúde, algo totalmente novo, que não existe ainda no país”, afirmou, em declarações aos jornalistas, durante uma arruada na Foz.

Acompanhado, entre outros, pelo presidente do Volt Portugal, Tiago de Matos Gomes, o candidato defendeu ser necessário aproveitar as sinergias dos hospitais, dos institutos de investigação e das universidades, atraindo mão de obra qualificada de modo a combater e a mitigar o problema “da forte dependência do turismo” que na cidade se traduz em “empregos precários e baixos salários”.

Por outro lado, o candidato do Volt à Câmara do Porto comprometeu-se este sábado a envidar “todos os esforços para trazer uma agência europeia para o Porto” e a aumentar a relevância nacional e europeia do município.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

André Eira destacou ainda a habitação como outra das bandeiras da sua candidatura, que defende a recuperação de um conceito dos anos 1980 para combater o problema “recorrente” da habitação no Porto.

“O Volt tem uma proposta inovadora: o retomar de um conceito que existia nos anos 80 que eram as cooperativas de habitação, mas numa vertente mais de garantir aluguer a custos controlados”, disse.

O candidato propõe um modelo semelhante ao que existe em Amesterdão, onde as cooperativas de aluguer “conseguem preços cerca de 30% mais baixos que do mercado”.

Questionado ainda sobre a estrutura de betão na praia do Ourigo, na Foz, cuja contestação levou ao seu embargo e consequente decisão de demolição, André Eira, que este sábado percorreu a marginal da Foz, local onde se situa este apoio de praia, disse estar contra a construção de infraestruturas na orla marítima, nomeadamente “estruturas fixas”, defendendo a necessidade de a cidade do Porto se preparar para as alterações climáticas.

“Acima de tudo nós respeitamos as alterações climáticas e a cidade do Porto deve cada vez mais adaptar-se a estas alterações climáticas. Ou seja, construir na orla marítima, e principalmente infraestruturas fixas quando eventualmente grandes ondas de calor, grandes ondas de frio e tempestades vão ser cada vez mais frequentes, é irresponsável”, concluiu.

O candidato disse ser ainda ser objetivo do Volt eleger um vereador para a Câmara do Porto, nestas que são as primeiras eleições a que o partido se candidata.

No Porto, o Volt apenas concorre à Câmara Municipal.

Concorrem à Câmara do Porto, Rui Moreira (movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” — por apoiado por IL, CDS, Nós, Cidadãos!, MAIS -, Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre).

A Câmara do Porto é liderada por Rui Moreira, cujo movimento elegeu sete mandatos nas autárquicas de 2017, aos quais se somam quatro eleitos do PS, um do PSD e um da CDU.