Primeiro houve tremores de terra, que subiram progressivamente de intensidade. Depois, nesse dia 26 de outubro, às 16h25, começou a erupção em La Palma. Estávamos em 1971, o ano em que, pela última vez, um vulcão terrestre retomou atividade em Espanha (a última erupção subaquática foi em 2011, na ilha de Hierro). Até este domingo.

A mais recente erupção, em La Palma, nas Canárias, evoca esse episódio que fará agora, em outubro, 50 anos. O El País recorda que a erupção do vulcão Teneguía — que estava adormecido há quase três séculos, desde 1677 — durou até 18 de novembro, quase um mês. E, ainda assim, é a mais breve de que há memória nas Canárias. Muito longe, por exemplo, da erupção do século XVIII, que durou seis anos — onde hoje fica o Parque nacional de Timanfaya, em Lanzarote.

O jornal espanhol lembra que a população em torno do vulcão assistiu à erupção “entre a curiosidade e o medo”, havendo mesmo “longas filas de carros” para “assistir ao espetáculo de lava, especialmente à noite”.

Um turista acabaria por morrer por intoxicação, depois de ter rompido o cordão de segurança estabelecido pelas autoridades. E viveram-se momentos de aflição quando as autoridades estavam a salvar a tripulação de 28 barcos de pesca, na praia de Faro. Mas não houve vítimas entre a população local.

Já prejuízos houve, de 6 milhões de pesetas — com a destruição de estradas e áreas de cultivo. O vulcão arrasou também uma praia, mas aí o resultado foi misto, tendo em conta que deu vida a uma nova. Nenhuma zona habitada acabou afetada pelo vulcão que, por estar mesmo junto à costa, na ponta sul da ilha, viu a maioria da lava escorrer em direção ao mar.

La Palma ganhou então cerca de 2 km quadrados de território, sensivelmente, a área do Areeiro ou de Campo de Ourique, em Lisboa. Esse pedaço de terra tornou-se mais tarde monumento natural e é, por estes dias, uma das atrações turísticas da ilha, segundo o El País.

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