O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou este domingo que o Governo socialista tem “fragilizado constantemente” as forças de segurança e “diminuído a autoridade” dos agentes, sublinhando que a Administração Interna do país se encontra num “estado calamitoso”.

“Todos os dias vimos exposto o fracasso da governação do Partido Socialista ao nível da segurança e a debilidade deste ministro [da Administração Interna] Eduardo Cabrita”, disse, referindo-se ao caso do assalto a um polícia fardado junto a uma caixa de multibanco, em Moscavide, concelho de Loures (distrito de Lisboa) na sexta-feira.

E reforçou: “Este Governo socialista tem fragilizado constantemente as nossas forças de segurança, desinvestido nos meios, no subsídio de risco e também ao nível da contratação de efetivos.”

Francisco Rodrigues dos Santos falava durante uma arruada na freguesia do Paul do Mar, concelho da Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira, onde se encontra para uma visita de dois dias.

O líder centrista acusou o executivo de António Costa de “diminuir a autoridade” dos agentes policiais, permitindo um “discurso de ódio e de ofensa” por parte das “forças de extrema-esquerda” que o apoiam.

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Por isso, apelou para que seja aprovada a proposta do CDS-PP para a criação de um “tipo de crime autónomo” quando se trata de agressões a agentes da autoridade.

“Não podemos continuar a viver num país em que se ache que agredir, ofender ou atentar com a integridade de um agente da autoridade é uma banalidade”, declarou, acrescentando: “É o próprio Estado de direito que está em risco e tem de ser o Governo a repor a autoridade das nossas políticas.”

Na freguesia do Paul do Mar, onde a junta é liderada pelo CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que o Governo da República continua a “ignorar os interesses dos madeirenses” e referiu a TAP como exemplo.

“Foram pedidos mais quatro mil milhões de euros ao bolso dos portugueses e viemos a saber que esta empresa, que o Governo que manter à custa do dinheiro dos portugueses na esfera pública, vai deixar de ter voos diretos de Lisboa para o Porto Santo e ainda hoje continua a praticar preços exorbitantes nas passagens dos madeirenses”, disse.

Também afirmou ser “uma vergonha” que o subsídio de mobilidade para o transporte aéreo, já aprovado no parlamento, não tenha sido ainda regulamentado.

Nas eleições autárquicas de 26 de setembro, na Região Autónoma da Madeira, o CDS-PP concorre com listas próprias em apenas três dos 11 municípios — Calheta, Câmara de Lobos e Santana –, sendo que nos restantes avança em coligação com o PSD, a exemplo do atual Governo Regional.

Francisco Rodrigues dos Santos disse que a estratégia é “bastante inteligente e avisada”, considerando a necessidade de “alavancar o crescimento do centro-direita” nos concelhos onde é possível “estabelecer convergências”, sem comprometer os “interesses específicos” de cada partido.

“Por isso, estamos absolutamente confortáveis com o que desenhamos aqui para a Região Autónoma da Madeira. Queremos, sim, isso é o objetivo que temos, crescer nestas eleições autárquicas. Foi uma meta que estabeleci a nível nacional”, declarou.

Na Madeira, o CDS-PP governa a Câmara Municipal de Santana, no norte da ilha, desde 2013.

O líder centrista realçou, por outro lado, a “boa governação” PSD/CDS-PP no executivo regional e elogiou o desempenho do presidente do partido na região, Rui Barreto, que é titular da pasta da Economia, nomeadamente pelo programa que injetou 232 milhões de euros a fundo perdido nas empresas face à crise gerada pela pandemia de covid-19.

“Agora, reparamos que a recuperação económica na Madeira está a ser muito mais rápida do que aquilo que acontece no continente”, afirmou.