O líder do Chega, André Ventura acusou este domingo o primeiro-ministro António Costa, de andar pelo país a prometer “mundos e fundos”, com o dinheiro da bazuca europeia, situação que considera ser de deslealdade e uma fraude.
“António Costa não para de andar pelo país todo a prometer mundos e fundos, com dinheiro que não é dele, que é dinheiro da Europa. Já prometeu uma nova maternidade em Coimbra, novas redes ferroviárias e rodoviárias pelo norte do país e já prometeu mais mil milhões para os municípios. Isto chama-se fraude”, afirmou André Ventura.
Num comício realizado em Castelo Branco, em pleno centro cívico da cidade, onde esteve o candidato do partido à câmara local, o presidente do Chega realçou que António Costa está há sete anos no Governo, como primeiro-ministro.
“O país está a empobrecer. Continuamos a ter das pensões mais baixas da Europa, continuamos a ter da eletricidade mais cara, o gasóleo e gasolina mais caros, e agora anda a prometer mundos e fundos com a bazuca europeia. Isto tem um nome, chama-se deslealdade e fraude. Costa é a maior fraude política que ocorreu em Portugal nas últimas décadas”, vincou.
Ventura quer também que a ministra da Saúde, Marta Temido, seja responsabilizada pelo uso indevido de um carro do Estado para fazer ir fazer campanha eleitoral para o Porto.
“A ministra da Saúde usou anteontem o carro do Estado para ir fazer campanha para o Porto. Carro do Estado, do Governo, pago pelos nosso impostos. Quando confrontada, a ministra disse que o fez de coração. Eu fiquei sensibilizado. Uma coisa é gamar outra coisa é gamar de coração. Os socialistas, às vezes gamam de coração. A direita não. A direita quando gama, gama terrivelmente”, ironizou.
Marta Temido utilizou carro do Governo para participar em campanha do Partido Socialista
André Ventura abordou também a corrupção para dizer que em Castelo Branco o tema é “bem conhecido”.
“Um presidente [em Castelo Branco] perdeu um mandato por causa da corrupção. Nós perdemos 18 mil milhões de euros para a corrupção. Dava para termos a saúde digna que nos prometeram (…). No parlamento ninguém quer efetivamente combater a corrupção. Dizem que querem, mas são cúmplices do sistema que se montou em Portugal nos últimos 47 anos”, afirmou.
O líder do Chega disse ainda que vai propor na Assembleia da República que as autarquias possam recorrer ao trabalho dos presos para fazer algumas tarefas, “mas com uma condição”.
“Os presos não serão pagos por esse trabalho, porque eles já recebem todo o esforço que o país faz para os manter na prisão. Por isso é que nós vamos propor que os presos trabalham para as autarquias a reflorestar o território que ardeu, a construir estradas que estão destruídas, a recuperar alguns edifícios públicos, porque é assim que um país a sério devia fazer”, sustentou.
Ventura deu um exemplo daquilo que considera ser o “país ao contrário” e que tem a ver com a Dielmar, empresa de confeções de Alcains.
“A empresa cometeu erros de gestão, sem dúvida. O Estado não pode ir suportar todos os erros de gestão, claro que não. É evidente que não. Mas sabem o que me choca verdadeiramente? É que naquele dia estavam em causa cerca de 300 postos de trabalho e temos um Governo que disse que evidentemente não podem vir agora estar a esturricar (foi a palavra do ministro e do líder do PSD), mais dinheiro na Dielmar e nestes trabalhadores”, disse.
Ventura argumentou que cerca de duas semanas depois, o ministro da Administração Interna disse que se podem “esturricar milhões de euros a receber 400 refugiados afegãos em Portugal”.
“Não há dinheiro para os nossos, mas há dinheiro para estarmos sempre a receber quem vem de fora, com pensão paga, casa paga e trabalho para todos. Vergonha. Vergonha de país”, concluiu.