O presidente do PSD diz que só tem “uma meta na cabeça” que o “possa fazer não ficar” no cargo após as eleições autárquicas, que é “fazer igual, pior ou muito pouquinho melhor que em 2017″. Em entrevista à Rádio Renascença, Rui Rio diz que não consegue dizer uma meta por “números”, alegando que as câmaras têm pesos diferentes (“é diferente ganhar Lisboa ou uma câmara com cinco ou dez mil habitantes”).

O líder do PSD já tinha dito no final junho que se fizesse pior que Passos Coelho isso seria um “empurrão para sair”. Agora acrescenta que conseguir “muito pouquinho melhor” também não chega. Rui Rio avisa, na mesma entrevista à Renascença, que na prática não se vai demitir, mas apenas não se submeter novamente a votos: “Não está em causa sair, não está em causa demitir-me de nada. Está em causa recandidatar-me ou não a eleições que vai haver três meses depois.”

Rio sai se PSD fizer nas autárquicas pior do que Passos em 2017: “É empurrão para cair, como é lógico”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Rui Rio deu mesmo o exemplo de Manuela Ferreira Leite que continuou no cargo até ao fim do mandato e, apesar de perder as legislativas em 2009, só sairia no final do mandato, em abril de 2010. O líder do PSD não quis dar o exemplo de Passos Coelho, que também só saiu no final do mandato, mas com uma nuance: anunciou logo 48 horas depois das eleições que não se recandidatava.

Rui Rio não fala de Rangel

Sobre se um político deve revelar publicamente a sua homossexualidade (como fez há semanas Paulo Rangel, possível candidato à liderança do PSD), Rui Rio diz que “teria muito gosto” em dar a sua opinião, mas que isso o iria levar para “a vida interna do partido”.

Rui Rio diz que não quer dizer se “está bem, mal ou assim-assim” o que fez Paulo Rangel porque isso teria “implicações na vida interna do partido” e, como presidente, tem o dever de “contribuir para a unidade do partido”. E acrescenta, numa indireta a Rangel: “É uma obrigação de todos os militantes.

Mais à frente na entrevista à Renascença, Rui Rio volta a ser questionado sobre um rol de possíveis sucessores e volta a não querer responder. Perante a insistência da jornalista, lembrando que há um pós-26 de setembro, o presidente citou John Keynes: “A longo prazo até estaremos todos mortos”.

“Moedas está taco-a-taco com Medina”

Sobre a disputa eleitoral em Lisboa, Rui Rio continua a garantir que Carlos Moedas “é o melhor candidato que o PSD tinha para Lisboa” e acredita ainda na vitória do PSD na capital: “Carlos Moedas está taco-a-taco com Fernando Medina e qualquer um pode ganhar”

Rui Rio explicou ainda que vai encerrar a campanha em Ponta Delgada, nos Açores, por o governo regional ter sido reconquistado pelo PSD já durante o seu mandato. Ainda assim, reiterou que os autarcas do PSD devem evitar dar pelouros a eventuais vereadores do Chega (que ajuda a suportar esse governo açoriano), dizendo que o partido de André Ventura “está cada vez pior”.