O presidente do CDS-PP disse esta terça-feira ter “a certeza absoluta” de que o partido vai crescer nas autárquicas e recusou colocar “outros cenários” em cima da mesa, mas apontou que vai fazer “uma ponderação” caso isso não aconteça.
Falando aos jornalistas durante uma arruada em Vale de Cambra, distrito de Aveiro, um dos seis municípios que o CDS lidera, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que a fasquia que colocou é “fazer crescer o CDS nestas eleições autárquicas” e “obter mais autarcas eleitos no conjunto do país” do que em 2017.
“Essa é a meta a que me propus”, indicou, defendendo que “há que crescer”, nem que seja “um membro de assembleia municipal, um membro de uma assembleia de freguesia”, mas recusou que as autárquicas sejam o maior desafio da sua liderança.
Questionado se é suficiente para continuar à frente ao partido, insistiu que “se o CDS crescer nestas eleições autárquicas será um extraordinário resultado”, até pelo “quadro adverso” que enfrenta, provocado pela “configuração política do centro para a direita, perante a emergência de novos partidos”, a “asfixia democrática quase que o PS, de forma musculada, vai impondo no país” e também “perante a herança” que recebeu internamente, referindo-se ao resultado nas legislativas e às contas do partido.
“Eu tenho a certeza absoluta de que o CDS vai crescer nas próximas eleições autárquicas e ter mais autarcas do que atingiu em 2017 e agora não adianta colocar outros cenários para cima da mesa”, salientou.
Caso não seja esse o resultado no domingo, Francisco Rodrigues dos Santos garantiu que vai “fazer uma ponderação” e “essa meditação”, mas disse que é “uma geometria complexa” que terá de ser avaliada “caso a caso” no domingo.
Mas há câmaras com maior peso: “Isto não é uma avaliação contabilística em abstrato pela circunstância do seguinte, não é meramente matemático na medida em que, imagine, ganhamos a Câmara Municipal de Lisboa, mas perdemos um autarca em outro concelho qualquer, o saldo creio que continua a ser positivo porque conseguimos reconquistar à esquerda a capital de Portugal”.
Sobre o facto de o presidente da Câmara de Vale de Cambra e recandidato, José Pinheiro, ter apoiado João Almeida no último congresso do partido, e a cerca de 12 quilómetros de São João da Madeira, onde o deputado é candidato, mas onde o líder não vai, desvalorizou: “Eu não vi oposição interna nenhuma, o que eu vi foi um fantástico presidente de câmara municipal, um dos melhores autarcas do país, que tem feito um trabalho absolutamente notável e que certamente será reconhecido”.
Para Francisco Rodrigues dos Santos, o candidato, que já contou nesta campanha com o apoio do ex-presidente do partido Paulo Portas, “é um amigo, sério, leal”.
Questionado pelos jornalistas, o candidato à Câmara Municipal de Vale de Cambra notou que também já foram a Vale de Cambra outros presidentes, que recebeu “bem, de braços abertos”, e que “a presença do líder do partido é a presença do líder do partido”, que tem “de respeitar institucionalmente”.
“Não olho ao sexo do presidente do partido, não olho à estatura do presidente do partido, olho sim efetivamente à posição e ao desempenho do presidente do partido”, acrescentou, recusando alimentar polémicas.
Durante a arruada pelo centro da cidade, que começou por volta das 10:30, houve oportunidade para um brinde com um vinho rosé da terra e também um reparo do candidato sobre a hora escolhida para a arruada.
Seria melhor “ao final da tarde, quando as pessoas saem dos empregos”, disse José Pinheiro, tendo Francisco Rodrigues dos Santos respondido logo a seguir que iriam também contactar com os comerciantes e que “todas as horas são boas para visitar Vale de Cambra”.
Em 2017, o CDS obteve 65,40% dos votos e elegeu cinco dos sete membros do executivo municipal de Vale de Cambra.