O cabeça de lista da CDU à Câmara de Leiria, Sérgio Silva, acusou esta quarta-feira a autarquia de ser benevolente, conivente e ineficaz com a poluição no concelho.
“A Câmara não tem sido proativa, tem sido benevolente, tem sido conivente”, afirmou Sérgio Silva à agência Lusa nos Campos do Lis, num dia de campanha para as eleições autárquicas de domingo dedicado à agricultura, ambiente e indústria.
Segundo o candidato, há “uma particularidade” no âmbito da poluição, explicando que “aquela que tem que ver com os esgotos domésticos é da responsabilidade do município”.
“Aí já não é benevolência ou conivência, é ineficácia total da gestão ou falta de vontade de acelerar o processo”, considerou.
O cabeça de lista da CDU, coligação que junta Partido Comunista e Partido Ecologista “Os Verdes”, referiu depois a poluição com origem nas suiniculturas, para frisar que, neste caso, há “benevolência e conivência”.
“A Câmara deixa andar, não se esforça”, disse, observando que “o presidente da Câmara Municipal de Leiria nunca participou, enquanto o presidente da Câmara Municipal da Batalha esteve sempre presente” na comissão de acompanhamento da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas.
Para Sérgio Silva, “isto marca a diferença de comportamentos, de atitudes”, realçando, depois, “a catadupa de legalizações de suiniculturas ilegais ou que estavam legais para uma determinada dimensão, mas não para a dimensão que, de facto, tinham, que foi sempre tudo com a conivência no município de Leiria do PS, do PSD, e do CDS-PP”.
O candidato frisou que o vale do Lis é “dos mais preocupantes em termos ambientais do concelho de Leiria e da região”, com “toda a poluição que existe aqui na bacia e que tem de ser resolvida”.
“Andamos há dezenas de anos para resolver isto”, comentou, insistindo que “há uma parte que é da responsabilidade direta do município de Leiria, que são os esgotos domésticos, que tem de ser resolvida, e para isso há dinheiro e é preciso investir”.
Quanto à poluição industrial, “também há alguma e, sobretudo, com a poluição com efluentes suinícolas, tem de haver uma intervenção muito forte do Estado e os suinicultores têm de contribuir, nomeadamente pagando taxas ou investindo diretamente”, sustentou.
“Têm de contribuir para esta despoluição, não podemos aceitar que isto continue assim”, sublinhou.
O candidato salientou ainda que “Leiria tem um grande potencial no domínio agrícola”, notando que os Campos do Lis “são solos fertilíssimos, com uma enorme capacidade produtiva e que não estão devidamente aproveitados”.
“Temos de tratar do regadio, temos de tratar da dimensão fundiária”, defendeu, apontando o potencial do concelho também ao nível do sequeiro, para acrescentar: “Nós queremos na câmara dar atenção à produção agrícola e à agricultura familiar”.
São também candidatos à Câmara de Leiria Gonçalo Lopes (PS), Álvaro Madureira (PSD), Luís Paulo Fernandes (Chega), Marcos Ramos (Iniciativa Liberal), Pedro Machado (PAN), Luís Miguel Silva (BE), Fábio Seguro Joaquim (CDS-PP/MPT) e Filipe Honório (Livre).