O candidato do CDS-PP à Câmara da Figueira da Foz nas eleições autárquicas considerou esta quinta-feira “escandalosa” a colagem de simpatizantes e militantes socialistas membros do Governo à campanha do PS local para “vir em seu auxílio”.
“Protesto contra a ação abusiva de membros do Governo a fazer campanha pelos seus candidatos, quando o Governo deveria manter algum recato e pudor em vésperas de eleições locais e é escandaloso as ações do PS na Figueira com o envio de vários ministros a fazerem promessas”, criticou Miguel Mattos Chaves em declarações à agência Lusa.
O candidato centrista falava no penúltimo dia da campanha eleitoral, em que vai ter um jantar com elementos da candidatura na freguesia das Alhadas, depois de Marta Temido e Pedro Nuno Santos, ministros da Saúde e das Infraestruturas, terem participado em ações do candidato socialista e presidente da Câmara, Carlos Monteiro.
Temendo perder a câmara, o PS “tenta socorrer-se da popularidade mediática do Governo, chamando-os em seu auxílio“, criticou o histórico militante do CDS-PP Miguel Mattos Chaves.
O candidato lembrou que as promessas feitas pelo PS há quatro anos não passaram de “ações de engano dos eleitores”, dando como exemplos as obras prometidas para as ligações ferroviárias a Coimbra, à Pampilhosa e a Lisboa, através da Linha do Oeste.
“Todos falam na campanha e depois sentam-se nas cadeiras do poder da câmara e esquecem-se de fazer pressão junto do Governo”, apontou.
Com farpas apontadas aos adversários, o cabeça de lista centrista à câmara da Figueira da Foz criticou candidaturas de “contratarem cantores, folclore e circo, mas propostas concretas não vi nenhuma realizável” pelo município, imputando-as todas à administração central do Estado, dirigindo-se de forma indireta ao independente Pedro Santana Lopes, que promoveu atuações com os artistas Quim Barreiros, José Malhoa e Toy em diversas freguesias.
Mostrando a sua diferença em relação a outras candidaturas, que “falam em atrair investimento, mas não dizem como o fariam”, Miguel Mattos Chaves disse que tem “medidas concretas”.
As propostas passam por facilitar a fixação de empresas nos parques industriais cedendo terrenos, tornando a câmara “expedita”, comprometendo-se a licenciar projetos “no prazo de seis meses”, e sendo “amiga fiscal” das empresas, reduzindo-lhes ou isentando-as de taxas e impostos, como a derrama.
Questionado sobre possíveis acordos pós-eleitorais, se for eleito, Mattos Chaves vai “colaborar criticamente com aquele que for eleito em favor dos cidadãos”, prometendo adotar posições caso a caso.
Às eleições autárquicas de domingo, na Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, concorrem Bernardo Reis (CDU), Rui Curado Silva (BE), Pedro Machado (PSD), Miguel Mattos Chaves (CDS-PP), Pedro Santana Lopes (Figueira a Primeira) e Carlos Monteiro (PS), atual presidente da autarquia.
O executivo municipal da Figueira da Foz é liderado pelo PS, com seis mandatos, contra três do PSD.