A erupção do vulcão Cumbre Viaja, em La Palma (Espanha), continua a provocar danos. A apenas 2,5 quilómetros de distância da costa, a lava vai obrigando a evacuar mais municípios à medida que se aproxima lentamente do mar — depois de El Paso, Los Llanos de Aridane e Tazacorte, Todoque é agora a zona que se vai esvaziando para evitar a perda de vidas.

Ao todo, mais de 5.500 pessoas já foram retiradas das suas casas. A lava, que avança a um ritmo médio de quatro metros por hora, já ocupou 166 hectares de terra e destruiu 350 edifícios.

Esta quinta-feira, os reis de Espanha e o presidente do Governo, Pedro Sánchez, irão à ilha para avaliar os danos no terreno. De acordo com o El País, Filipe VI e Letizia vão encontrar-se com algumas das pessoas que tiveram de ser deslocadas por causa da erupção do vulcão e visitarão de seguida o posto de comando que está montado para controlar a situação. Pedro Sánchez — que viaja diretamente de Nova Iorque onde participou na Assembleia-Geral das Nações Unidas — irá juntar-se a eles.

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Para além da evacuação de casas e perda de bens, a erupção do Cumbre Vieja pode ainda ter uma série de consequências climáticas. A Agência Estatal de Meteorologia espanhola avisa que as Canárias podem sofrer um episódio de chuvas ácidas, provocadas pela concentração de gases emitidos pelo vulcão, que pode até chegar à Península Ibérica. “Para além do fluxo de lava, o vulcão está a emitir uma grande quantidade de dióxido de enxofre para a nossa atmosfera”, declarou o porta-voz da Agência, citado pelo La Vanguardia. No entanto, os especialistas asseguram que tal “não trará riscos para a saúde”.

Erupção de vulcão em La Palma. Reis de Espanha e Pedro Sánchez visitam zonas afetadas

Apesar da cinza vulcânica, o aeroporto de La Palma tem estado a funcionar em pleno até esta quinta-feira, mas já se registam atrasos em voos. Ao todo, seis voos entre com destino a Tenerife e à Grande Canária estão atrasados.

O presidente do governo regional das Canárias, Ángel Víctor Torres, anunciou entretanto que irá decorrer um conselho de governo extraordinário em La Palma esta sexta-feira. O objetivo, diz, é o de dar resposta ao drama social provocado pela catástrofe. Em causa estará a adoção de medidas como “a compra de casas” para dar habitação urgente aos deslocados. “Primeiro há que dar uma resposta social contundente e depois reconstruir tudo”, afirmou Torres.