O secretário-geral comunista considerou esta quinta-feira “descuidado” que o secretário de Estado da Internacionalização tenha dito que a marca Portugal ganhou com a pandemia, porque uma “marca onde houve tanto doente e tanto morto nunca é uma boa marca”.

“Dizer que Portugal é uma marca, tendo em conta a Covid-19, é no mínimo descuidado”, sustentou Jerónimo de Sousa, à margem de uma ação da campanha autárquica, em Montemor-o-Novo, distrito de Évora.

Para o líder comunista, “uma marca onde houve tanto doente e tanto morto nunca é uma boa marca”.

O dirigente do PCP advogou que é também “discutível” dizer que o país é uma imagem de marca, quando ainda “estão por resolver consequências” socioeconómicas decorrentes da pandemia.

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Jerónimo de Sousa acrescentou que, “mais do que procurar a imagem de marca”, primeiro é necessário resolver os problemas que persistem no país. Só aí “deve ser reconhecida” a marca Portugal.

O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante, disse esta quinta-feira, durante o salão de vestuário e têxtil Première Visio, em Paris, que o interesse por Portugal nos mercados internacionais continuou em tempos de Covid-19 e a forma como país lidou com a pandemia favoreceu mesmo a imagem dos produtos nacionais.

Questionado pelos jornalistas sobre o desempenho da marca ‘Made in Portugal’, o governante afirmou: “Vou dizer uma coisa que talvez não seja politicamente correta. Nós ganhámos com a Covid-19. E ganhámos porquê? Porque Portugal foi um país que, tendo as suas dificuldades, enfrentou a Covid-19 com êxito”.

“Faleceram pessoas e muitas pessoas passaram muito mal, mas Portugal mostrou-se um país muito organizado, que enfrentou uma realidade muito disruptiva com sucesso”, acrescentou.