O secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores considerou esta quinta-feira que a vacinação contra a Covid-19 foi “um bom exemplo de cooperação” entre a República e a região, destacando a “Operação Periferia”.
Foi um excelente exemplo de solidariedade partilhada entre a região e a República a todos os níveis, com uma visibilidade muito marcante com a ‘Operação Periferia’, mas que decorreu sempre em todo este processo de vacinação em articulação permanente entre a ‘Task Force’ nacional e a ‘Task Force’ regional”, adiantou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, em declarações à Lusa.
O governante reuniu-se esta quinta-feira, em Oeiras, com a Task Force que coordena o processo de vacinação em Portugal.
Clélio Meneses deu como exemplo de cooperação a “Operação Periferia”, que, entre 06 de junho e 11 de julho, permitiu vacinar em massa cinco das seis ilhas sem hospital da região, com a colaboração de uma equipa de nove militares (seis enfermeiros, dois médicos e um farmacêutico), disponibilizada pelo Ministério da Defesa Nacional.
O governante saudou ainda o “sucesso do processo de vacinação” contra a Covid-19 em Portugal, que atribuiu à “liderança do vice-almirante” Gouveia e Melo, aos “critérios que foram identificados”, ao “esforço dos profissionais de saúde e de todos os que estiveram envolvidos” e à “disponibilidade dos portugueses para serem vacinados”.
Portugal está a dois pontos percentuais de atingir os 85% de população com vacinação completa contra a Covid-19, meta que os Açores também pretendem alcançar, embora apresentem uma taxa de vacinação mais baixa.
“Neste momento, podemos dizer que até ao final da corrente semana atingiremos os 80% de vacinação nos Açores”, avançou Clélio Meneses.
Segundo o governante, a diferença em comparação com o todo nacional pode justificar-se pelo facto de nem todos os açorianos recenseados nos Açores residirem na região.
“Quer os Açores, quer o Algarve, quer a Madeira são regiões de muita mobilidade e há muitos habitantes destas regiões que estão vacinados, mas não na região onde estão inscritos. Isso faz com que possa haver aqui uma diferença entre aquilo que é a vacinação real dos açorianos”, adiantou.
O processo de verificação é, no entanto, “complexo”, por isso as autoridades regionais contabilizam as vacinas administradas nos Açores e apuram a percentagem de pessoas vacinadas com base no número de habitantes conhecido.
“O que sentimos é que com a vacinação de 80%, que alcançaremos até ao final da semana, e com todo o resto que iremos alcançar, estamos de facto a assegurar a proteção da população através do processo de vacinação, com resultados evidentes ao nível daquilo que é a incidência de casos, os internamentos e os óbitos”, salientou o governante.
O executivo açoriano continua a apontar a taxa de vacinação de 85% como meta, mas admite levantar as medidas restritivas ainda existentes mais cedo, se for possível demonstrar a eficácia da vacina através de uma “leitura conjugada de incidência de casos, internamentos e óbitos”.
“Estamos permanentemente a avaliar esta evolução. Quando se perceber que, de uma forma consolidada, isto é, que não é episódica ou momentânea, a vacinação garante que a incidência de casos, os internamentos e os óbitos são residuais ou que estão claramente em decréscimo, que a vida e a saúde das pessoas está protegida, obviamente que entendemos que a vacinação alcançou os seus objetivos”, frisou Clélio Meneses.
Questionado sobre a terceira fase de desconfinamento anunciada esta quinta-feira pelo primeiro-ministro para o continente português, o titular da pasta das Saúde nos Açores disse que “grande parte das medidas já estava a vigorar na Região Autónoma dos Açores”, dando como exemplo “o funcionamento dos estabelecimentos de restauração e bebidas sem limites” e “o funcionamento de bares e discotecas”.
Os Açores têm atualmente 114 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus que provoca a doença Covid-19, dos quais 74 em São Miguel, 18 no Faial, 17 na Terceira e cinco no Pico.
Desde o início da pandemia, foram diagnosticados na região 8.916 casos de infeção, tendo ocorrido 8.586 recuperações e 42 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 94 pessoas e 80 apresentaram comprovativo de cura anterior.