O anúncio da abertura das discotecas em 1 de outubro, feito na quinta-feira pelo Governo, é uma “ótima” notícia para o setor, mas chega “tarde”, disse esta terça-feira o presidente da Associação de Discotecas do Sul e Algarve (ADSA).

O responsável da ADSA reagiu assim ao anúncio de que os espaços de diversão noturna, encerrados desde março de 2020 devido à pandemia de Covid-19, podem reabrir a partir de 1 de outubro, para clientes com certificado digital ou teste negativo.

Vi o anúncio com muito agrado, embora um pouco tardio. Isto devia ter acontecido um bocado mais cedo. É bom para os meus colegas do resto do país, mas a nós, aqui no Algarve, já não nos vai ajudar muito”, afirmou Liberto Mealha em declarações à agência Lusa.

O dirigente da associação empresarial argumentou que a medida chega tarde porque, a partir do dia 1 de outubro, com o fim da época alta do turismo, a região passa a contar com “um turismo de idade, que não sai à noite, e não justifica manter o negócio aberto”.

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Liberto Mealha estimou que cerca de “80% das atividades feche portas” durante a época baixa do turismo no Algarve, porque “outubro é já o final da época” e há “quatro meses no Algarve em que não se passa nada, que são novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, à exceção do fim de ano”, no caso dos que abrem na noite de 31 de dezembro para 1 de janeiro.

“De qualquer maneira, foram umas ótimas notícias, aliás, melhor que as esperadas. O fim das restrições todas era fundamental, abrir uma discoteca sem pista de dança ou sem serviço ao balcão também não tinha significado e não iria ajudar muito”, considerou.

A mesma fonte congratulou-se por “a atividade poder abrir a partir de dia 1 sem restrições” e concordou com a decisão do Governo de exigir certificado digital Covid-19 à entrada dos estabelecimentos de diversão noturna. A entrada nos bares e discotecas também será possível com a apresentação de um teste negativo à Covid-19.

Há exigência do certificado digital à entrada e acho bem. Cada vez mais temos de nos habituar de que este certificado é um segundo passaporte nas nossas vidas e penso que, finalmente, estamos a chegar à normalidade”, acrescentou.

Liberto Mealha desejou “sorte” aos negócios que vão reabrir portas depois de um “longo período de encerramento” ultrapassado com “muito sacrifício”, mas frisou que houve “quem não se aguentou, porque realmente o tempo de encerramento foi muito”.

É lamentável perdermos casas e noite no nosso país, porque na verdade a vida não é só trabalho, tem de haver lazer e diversão, e estes locais, desaparecendo aos poucos, não vão contribuir em nada para a qualidade de vida das pessoas”, acrescentou.

Questionado sobre se a reabertura das discotecas pode reduzir os casos de ajuntamentos de pessoas e jovens na noite, como se tem verificado em algumas zonas do país, como em Lisboa, o presidente da ADSA respondeu que “sim”.

“Claro, sem dúvida alguma, as pessoas faziam esses ajuntamentos porque não tinham para onde ir. A partir de agora, penso que isso vai acabar”, respondeu.