Atualizado às 11h28 com comunicado aos trabalhadores da CP

Nuno Freitas irá deixar o cargo de presidente da CP a 1 de outubro, sexta-feira. O engenheiro, que terminava o mandato dentro de três meses, pediu à tutela para sair mais cedo da empresa por considerar que já cumpriu todos os objetivos a que se propôs.

A noticia avançada pelo Público (artigo para assinantes) foi confirmada pelo Observador junto de fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, que remeteu para um comunicado interno da empresa.

Nesse comunicado enviado aos trabalhadores, e a que o Observador teve acesso, o ainda presidente da CP explicou que o seu “compromisso” para com a empresa “contemplava apenas um mandato”. “Concluído o trabalho a que me propus, solicitei a antecipação do fim desse mandato em três meses. Depois de expor pessoalmente a minha vontade e razões ao senhor ministro, obtive o seu acordo para antecipação da minha saída”, explicou.

Nuno Freitas remete para a resolução do Conselho de Ministros de 2019 na qual foram aprovadas as medidas para fortalecer a capacidade operacional e oficinal da empresa ferroviária, bem como para inverter a tendência de deterioração do serviço e degradação do material circulante. E assegura que estas concretizações foram cumpridas. Entre elas está a assinatura do contrato de serviço público que fixa a remuneração do Estado à empresa.

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Em declarações ao jornal Público, Nuno Freitas lamentou dificuldades na gestão da empresa que dificultaram o trabalho “impedindo que o mesmo se faça de forma eficiente e eficaz”. O gestor refere-se às condicionantes impostas à CP por ser uma empresa que está dentro do perímetro das contas públicas o que implica um grande controlo por parte do Ministério das Finanças, sobretudo no que toca à autorização para gastos.

Nuno Freitas assumiu a presidência em 2019, por insistência do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, sucedendo a Carlos Gomes Nogueira, que estava em funções desde 2017. Era então diretor-geral da Nomad Tech, detida em 35% pela EMEF, a empresa de manutenção da CP.

Engenheiro Nuno Freitas nomeado presidente da CP

O engenheiro será substituído pelo seu vice, Pedro Moreira, até ser nomeado um substituto pelo Governo. Joaquim Guerra, chefe de gabinete de Nuno Freitas e presidente da Plataforma Ferroviária Portuguesa, passará para o conselho de administração, refere ainda o Público.

Gestor destaca “envolvimento pessoal” do ministro e orgulho ferroviário dos trabalhadores da CP

No comunicado o presidente demissionário elogia o apoio “incansável” dado pelas equipas do Ministério das Infraestruturas e destaca o “envolvimento e o esforço pessoal do Ministro Pedro Nuno Santos em diversas matérias, cuja ação foi determinante para alcançarmos aquilo que era expetável alcançar”. E deixa a última palavra para os trabalhadores.

“Nos últimos dois anos conseguimos ser falados essencialmente por bons motivos. Isso só foi possível porque o orgulho ferroviário falou mais alto e todos vestiram a camisola. As grandes mudanças na CP são que, ninguém duvide disso, resultado do esforço de dedicação dos cerca de quatro mil trabalhadores da CP.”