Depois da goleada contra o Liverpool, o FC Porto deu a resposta possível e necessária: ganhou ao P. Ferreira, somou a terceira vitória consecutiva no Campeonato e, se juntarmos os jogos da época passada, já leva 36 partidas seguidas sem perder na Primeira Liga. Os dragões começaram a perder, carimbaram uma reviravolta pela primeira vez desde dezembro e isolaram o desaire europeu sem permitir que este se tornasse numa crise.

Wendell, pelo menos ele, está a receber a mensagem de Sérgio (a crónica do FC Porto-P. Ferreira)

Ora, para chegar a essa resposta, Sérgio Conceição fez seis alterações ao onze inicial e tirou nomes como Corona, Sérgio Oliveira e Toni Martínez, para além do lesionado Otávio. Francisco Conceição, Vitinha e Evanilson assumiram a responsabilidade e, para além de os dois primeiros terem sido dos melhores em campo, o reforço Wendell ainda apareceu a marcar o golo da vitória. O treinador, porém, garantiu que as mexidas na equipa não foram um “castigo” para ninguém.

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“Não tem nada a ver com isso. Estive a passar os olhos pela imprensa antes do jogo e estavam a tentar descodificar quem é que tinha errado mais contra o Liverpool, quem tinha contrato ou não, a falar do futebol e não de futebol. Não falaram do que o FC Porto ia tentar explorar no P. Ferreira. Falam muito do futebol mas de futebol percebem pouco. Não é castigo para ninguém, viram a alegria do banco quando fizemos golos e acredito que, mesmo que não esteve no banco e estava em casa, estava a vibrar. Somos um grupo unido, um grupo forte. Podem contar connosco”, disse Sérgio Conceição, numa resposta inicial que garantiu desde logo que os problemas que tornou públicos depois do jogo contra o Liverpool estão aparentemente sanados.

Sobre o facto de o FC Porto ter ido para o intervalo empatado e ter começado a perder, o técnico ressalvou que estava “satisfeito” com a equipa no final da primeira parte e apesar do resultado. “O que não é muito normal. Às vezes estamos a ganhar e não estou satisfeito. Desde o primeiro segundo até ao fim não tiramos pé do acelerador, tivemos qualidade em posse, de grande nível, criámos muitas situações, os jogadores tiveram uma atitude competitiva acima da média. Mesmo que não ganhássemos, há uma satisfação grande pelo que os jogadores produzem. Entenderam na perfeição a preparação para o jogo. Há que dar os parabéns aos jogadores, que foram os obreiros da vitória”, acrescentou Conceição, num discurso novamente muito díspar do da passada terça-feira.

“A ideia era não dar referências, com muitas trocas e permutas, não dando essa referência, pois sabíamos que no processo defensivo os alas do P. Ferreira acompanham muito. Tivemos essa mobilidade, dando uma constante solução ao homem da bola. Aí esteve o segredo. O P. Ferreira esteve fechado e atrás mas cabia-nos a nós prever e desmontar isso. E fizemo-lo com enorme qualidade”, concluiu o treinador dos dragões, analisando uma partida em que o FC Porto fez 23 remates, um novo máximo da equipa esta época. Sobre Taremi, que foi expulso já nos descontos por acumulação de cartões amarelos e por uma alegada simulação de grande penalidade, Sérgio Conceição respondeu que o avançado “foi tocado”. “Sem dúvida absolutamente nenhuma. Acredito no meu jogador. É o que é, temos mais jogadores disponíveis e que vão dar o seu o contributo. Não tenho problema nenhum em não estar o Taremi”, terminou.