Nove empresas, incluindo petrolíferas de grande porte como a brasileira Petrobras e a colombiana Ecopetrol, competem num leilão na quinta-feira por 92 concessões para exploração de petróleo em águas profundas no Brasil.

O leilão tem gerado polémica devido à proximidade de algumas áreas a serem concessionadas de delicados ecossistemas marinhos.

Entre as nove empresas inscritas no 17.º Leilão de Concessão de Petróleo no Brasil estão também as multinacionais Shell, Total e Chevron, a australiana Karoon, a alemã Wintershall e a americana Murphy.

A nona empresa cujo registo foi autorizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) do país é a brasileira 3R Petroleum, uma pequena petrolífera que se dedica a explorar poços maduros devolvidos pela Petrobras e que ganhou força em maio ao captar 155 milhões de dólares com a sua estreia na Bolsa de Valores de São Paulo.

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De acordo com a ANP, no leilão de quinta-feira serão oferecidas 92 concessões “localizadas em 11 setores de alto potencial e de nova fronteira” em quatro diferentes bacias sedimentares brasileiras no oceano Atlântico.

Três desses setores estão localizados na bacia de Campos e outros três na bacia de Santos, que são as principais e mais antigas áreas de produção de petróleo do Brasil, enquanto as bacias de Pelotas, com três setores, e Potiguar, com dois setores, estão entre áreas ainda em exploração, mas com grande potencial.

As vencedoras do leilão serão as empresas que oferecerem o maior valor pela concessão, critério que terá peso de 80% na licitação, e que simultaneamente proponham o programa exploratório mais ambicioso nos primeiros meses de operação (20%).

As ofertas deverão ultrapassar o valor mínimo estabelecido pela ANP para cada concessão, que varia entre 630 mil reais (cerca de 99,1 mil euros) para a bacia de Pelotas e 122,2 milhões de reais (cerca de 19,2 milhões de euros) na bacia da Baixada Santos.

O leilão de concessão destas zonas de exploração de petróleo estava agendado para o ano passado, mas foi adiado devido à pandemia de Covid-19. No anterior leilão de concessões, em outubro de 2019, o Governo brasileiro arrecadou o recorde de 8,9 mil milhões de reais (1,4 mil milhões de euros pelo câmbio atual) em licenças para explorar 12 de 36 áreas a leilão.

Foi o maior valor arrecadado pelo Brasil nos 16 leilões de concessões de petróleo que organiza desde que, em 1999, acabou com o monopólio que a estatal Petrobras detinha para explorar petróleo no país.