O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, renovou esta sexta-feira o mandato do general José Nunes da Fonseca como Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), de acordo com a proposta feita pelo Governo.

“Sob proposta do Governo, o Presidente da República decretou a renovação do mandato do Chefe do Estado-Maior do Exército, general José Nunes da Fonseca“, lê-se numa nota publicada no site oficial da Presidência da República.

Chefes militares do Exército e da Força Aérea com reservas à reforma da estrutura das Forças Armadas

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O general Nunes da Fonseca foi um dos chefes militares que manifestou reservas à reforma da estrutura das Forças Armadas, com implicações na cadeia de liderança  — a ele juntaram-se as vozes críticas dos oficiais generais da Força Aérea e da Armada. Além das propostas de alteração ao projeto de lei, o CEME defendeu que o Conselho de Chefes do Estado-Maior devia manter a sua competência deliberativa.

A renovação de Nunes da Fonseca surge uma semana depois da polémica que envolveu o vice-almirante Gouveia e Melo na suposta substituição do Chefe de Estado Maior da Armada, que Marcelo desmontou falando em três equívocos. E um dia depois de Ramalho Eanes falar da governamentalização das Forças Armadas.

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Nunes da Fonseca tomou posse no CEME a 19 de outubro de 2018, substituindo o general Rovisco Duarte, exonerado após apresentar uma carta de resignação ao cargo.

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Na carta em que apresentou ao Presidente da República, Rovisco Duarte invocou “razões pessoais”. Aos militares do Exército, justificou a demissão afirmando que “circunstâncias políticas” assim o exigiram. Perante os deputados, na comissão parlamentar de inquérito, o general admitiu ter deixado o cargo por discordar, em parte, com a Lei de Programação Militar e em solidariedade com o antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, que se tinha demitido uns dias antes na sequência do caso de Tancos.

Última atualização às 13h00