A ativista sueca Greta Thunberg está “disponível” para se encontrar com Joe Biden na cimeira para o clima da Organização das Nações Unidas (ONU) marcada para o período de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasgow, Escócia. No entanto, a jovem diz que não mudaria nada e que “dependeria da situação”: “Não vejo por que motivo é que se quer encontrar comigo”.

Em entrevista ao portal Covering Climate Now, Greta Thunberg foi também confrontada sobre se teria uma reunião com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping. Caracterizando-o como um “líder de uma ditadura”, a ativista não descarta por completo um encontro, mas deixa uma farpa ao regime chinês: “A democracia é a única solução para a crise climática”.

Ainda sobre o eventual encontro com Biden, a ativista de 18 anos salienta que o plano do Partido Democrata para o clima não é uma “solução para a crise climática”. “As emissões ainda continuam a aumentar”, aponta.

Além disso, Greta Thunberg confirmou que vai estar na Cimeira do Clima em Glasgow, voltando atrás daquilo que tinha dito, em abril, em que garantiu que não ia estar presente em protesto pela desigual distribuição global de vacinas. Nem “todos” poderem participar “nos mesmos termos” era injusto, escreveu a jovem na sua conta pessoal do Twitter, sublinhando que as “pessoas não poderem ser vacinadas e não poderem viajar” é “antidemocrático”. “O nacionalismo das vacinas não resolverá a pandemia.”

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Na cimeira, a ativista sueca vai pedir que os governantes sejam honestos sobre o que “dizem fazer” e o que “realmente estão a fazer” em termos de política ambiental. Segundo as jovens, os políticos procuram encontrar “pequenas soluções simbólicos de maneira a fazer parecer” que estão a fazer alguma coisa, mas realmente não estão “a enfrentar o problema”. “Ainda não estamos a cortar todas as emissões.”

Ativista sueca Greta Thunberg acusa partidos de não fazerem o suficiente pelo clima

Greta Thunberg sublinhou ainda que as empresas de combustíveis fósseis devem ser responsabilizadas por “todos os danos que causaram”, especialmente às pessoas cuja comunidade “tiver sido devastadas pelas suas ações”: “É o mínimo que podem fazer.”

Ativista aponta o dedo à comunicação social, mas diz que são “fonte de esperança”

Na entrevista, Greta Thunberg criticou a comunicação social, dizendo que “falhou” em divulgar o o estado “de emergência” em que o planeta se encontra. “Há muitos jornais e jornalistas que estão a tentar fazer mais”, ressalvou, destacando ainda que os media “são das maiores fontes de esperança agora”.

E deu um exemplo, assinalando que a comunicação social tratou a pandemia “como uma emergência” e que isso “mudou as normas sociais de um dia para o outro”. “Se os media decidirem utilizarem os recursos à sua disposição [para a mudança climática], eles podem alcançar imensas pessoas, o que teria enormes e positivas consequências.”