O Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestaram esta quarta-feira em comunicado conjunto o “pleno apoio” ao processo de alargamento da região dos Balcãs.
Esta região pertence à União Europeia [UE]. Uma integração mais estreita fornecerá mais estabilidade e contribuirá para a prosperidade das populações da região”, afirmaram Borrell e Blinken no comunicado, que surge na sequência da reunião que mantiveram em Washington na semana passada.
Nesse sentido, pediram que as negociações de adesão da Albânia e Macedónia do Norte à UE “se iniciem sem demora”.
Em 2020, Bruxelas aceitou o início das negociações com estes dois países, mas a Bulgária mantém o seu veto por exigir à Macedónia do Norte reconheça que a origem e a língua deste último país possuem raízes búlgaras anteriores à sua formação em 1944, quando foi formalizada como uma das seis repúblicas federais que integravam a antiga Jugoslávia.
Borrell e Blinken também exortaram a Sérvia e o Kosovo a desanuviarem as suas tensões permanentes, na sequência dos incidentes das últimas semanas na fronteira assinalados por confrontos entre a polícia especial kosovar e cidadãos sérvios bósnios na sequência da designada crise das matrículas.
Na ocasião, Belgrado decidiu mobilizar a sua força aérea, enquanto a força multinacional liderada pela NATO (Kfor) também destacou forças para a região.
Esta crise foi espoletada em finais de setembro quando a polícia especial do Kosovo impediu a entrada de veículos com matrícula sérvia no norte do Kosovo, onde se concentra a maioria da população sérvia kosovar, e foi concluída em meados de outubro após um frágil acordo promovido por Bruxelas e com a participação de Washington.
Os chefes da diplomacia europeia e norte-americana também demonstraram “preocupação pela retórica cada vez mais divisionista na Bósnia-Herzegovina” e pediram aos seus dirigentes políticos que “respeitem e protejam as instituições”.
Pediram ainda que todas as forças políticas do Montenegro colaborem em conjunto para a aplicação das reformas exigidas por Bruxelas, incluindo o respeito pelo Estado de Direito e a luta contra a corrupção.
A UE realizou há duas semanas uma cimeira com os seis países dos Balcãs ocidentais na qual reafirmou o seu compromisso com o processo de alargamento, apesar de não ter sido fixado qualquer calendário concreto para a sua concretização.
Os líderes europeus apenas manifestaram o seu apoio a um plano de investimento de nove mil milhões de euros decidido em 2020 e que deverá mobilizar 30 mil milhões de euros, incluindo o envio de mais vacinas anti-Covid-19 para que os Balcãs atinjam o mesmo ritmo de vacinação da UE em finais de 2021.