O opositor russo Alexei Navalny, detido desde janeiro, disse esta quinta-feira sentir-se “honrado” por ter recebido o prémio Sakharov atribuído pelo Parlamento Europeu, e anunciou que o dedica a todos os “combatentes anticorrupção”.

“Dedico o meu prémio aos combatentes anticorrupção de todos os géneros e através do mundo: dos jornalistas aos advogados, dos responsáveis políticos (e sim, existem alguns) aos deputados e a todos os que descem à rua para apoiar este combate”, escreveu na rede social Twitter.

Russo Alexei Navalny vence o Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Desejo-lhes perseverança e coragem, mesmo nos momentos mais assustadores”, acrescentou.

Navalny, que cumpre atualmente uma pena de dois anos e meio de prisão por um caso de fraude que considera político, disse ter recebido a notícia da atribuição do prémio Sakharov através do seu advogado, durante um encontro no estabelecimento prisional onde permanece desde janeiro passado.

“É não apenas uma honra, mas também uma grande responsabilidade”, prosseguiu o mais conhecido opositor russo, que periodicamente publica mensagens nas redes sociais apesar da sua detenção.

“Sou apenas uma pessoa entre numerosas outras que combatem a corrupção porque considero não ser apenas a causa da pobreza e da degradação dos Estados, mas também a principal ameaça aos direitos humanos”, considerou.

Estou muito reconhecido ao Parlamento Europeu, que tanto aprecia o nosso trabalho. Continuaremos a fazer o nosso melhor”, acrescentou Navalny.

Anunciado em 1988, o prémio Sakharov “pela liberdade de espírito” recompensa anualmente as pessoas ou organizações que o organismo parlamentar europeu considera empenhados na defesa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. O seu valor é de 50.000 euros.

Esta quinta-feira, o Kremlin denunciou a decisão de conceder o prémio a Navalny e indicou não manifestar “respeito” por essa atribuição.

“Respeitamos esta instituição (o Parlamento Europeu), mas ninguém nos pode obrigar a ter respeito por uma tal decisão”, reagiu o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.