O juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, determinou a prisão preventiva e extradição dos Estados Unidos do blogger “bolsonarista” Allan dos Santos, acusado de divulgar notícias falsas e outros crimes.

A ordem de tramitação da extradição foi emitida no último dia 5 de outubro, mas só esta quinta-feira foi tornada publica pelo STF, que há meses investiga as atividades de Allan Santos, que fugiu do país em julho passado, após buscas à sua residência ordenadas pela justiça.

Allan dos Santos é conhecido pelos meios de comunicação geridos por apoiantes do Presidente, Jair Bolsonaro, devido aos seus blogues de extrema-direita, cujos perfis já foram suspensos em algumas redes sociais, como o Twitter, devido à disseminação massiva de mentiras e informações falsas, embora ainda estejam ativos em outras plataformas.

O blogger é investigado pela suposta participação em manifestações contra instituições democráticas em que Jair Bolsonaro chegou a participar e nas quais era exigida a “dissolução” do Congresso e do próprio STF, através de uma “intervenção militar”.

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Segundo a Polícia Federal, o blogger fugiu do Brasil em julho passado, após buscas à sua residência, e encontra-se desde então nos Estados Unidos, onde teria sido bem recebido por grupos de extrema-direita daquele país.

No documento em que pede a extradição, Alexandre de Moraes destacou que “a prisão preventiva de Allan dos Santos é a única medida apta para garantir a ordem pública”, uma vez que continua ativo em algumas redes sociais, “divulgando conteúdo criminoso”.

Segundo o magistrado, o “objetivo” de Allan Dos Santos, que também obtém ganhos financeiros com essa atividade, é “atacar membros de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral no Brasil” e “promover o descrédito dos Poderes da República”.

O juiz acrescentou que, “em solo norte-americano, o investigado associou-se a pessoas vinculadas aos atos violentos ocorridos (no passado dia 06 de janeiro) em Washington, na sede do Capitólio, que procuravam desacreditar o resultado das eleições democráticas norte-americanas”.