A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, reuniu-se esta sexta-feira em Bruxelas com o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, e expressou-lhe apoio na crise que opõe o seu país à União Europeia, denunciando a “chantagem inaceitável” da Comissão Europeia.
“Honrada por ter sido recebida hoje pelo chefe do governo polaco, Mateusz Morawiecki”, escreveu na rede social Twitter a candidata da União Nacional às presidenciais francesas de 2022, ao lado de uma fotografia dos dois políticos a cumprimentarem-se.
???????????????? Honorée d’être reçue aujourd’hui par le chef du gouvernement polonais Mateusz Morawiecki.
Nous avons évoqué ensemble notamment le chantage inacceptable exercé par la Commission européenne sur la #Pologne, et j’ai tenu à lui apporter mon soutien. #EUCO @MorawieckiM pic.twitter.com/tNzIcZ2neq
— Marine Le Pen (@MLP_officiel) October 22, 2021
“Evocámos em conjunto a chantagem inaceitável exercida pela Comissão Europeia sobre a Polónia e fui dar-lhe o meu apoio”, adiantou Le Pen, que tem prevista uma conferência de imprensa esta tarde em Bruxelas.
Na segunda-feira, a líder partidária deve deslocar-se a Budapeste para um encontro com o primeiro-ministro húngaro, o ultraconservador Viktor Orban.
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Em meados de outubro, Marine Le Pen evocou “discussões” tendo em vista a criação de uma aliança dos “movimentos nacionais” no Parlamento Europeu “para transformar a União Europeia (…) numa aliança europeia de nações muito mais respeitadoras da soberania dos Estados“.
Antes da abertura da cimeira dos 27 na quinta-feira em Bruxelas, Morawiecki, em conflito com Bruxelas sobre a independência da justiça e do primado do direito europeu, declarou-se “aberto ao diálogo” ao mesmo tempo que denunciou “a pressão da chantagem”.
Os dirigentes europeus optaram pelo apaziguamento nesta cimeira, reservando-se a possibilidade de agir mais tarde.
As tensões aumentaram desde a decisão de 7 de outubro do Tribunal Constitucional polaco, que declarou alguns artigos dos tratados europeus incompatíveis com a Lei Fundamental nacional.
A decisão foi denunciada por Bruxelas como um atentado sem precedentes à primazia do direito europeu e da jurisdição do Tribunal de Justiça da UE, mas também como a ilustração da falta de independência da justiça polaca em relação ao governo.