O Grupo Renault vai instalar na fábrica de Cacia o “maior sistema de autoconsumo fotovoltaico de Portugal” que permitirá uma “autonomia energética de 13%” e evitará “a emissão de 1,8 mil toneladas” de CO2 anuais, foi esta quarta-feira anunciado.

“No final deste ano vamos instalar o maior sistema de autoconsumo fotovoltaico em Portugal”, anunciou esta quarta-feira o diretor geral Grupo Renault Portugal e Espanha, José Vicente de Los Mozos, na celebração do 40.º aniversário da fábrica de Cacia, no distrito de Aveiro.

Na sessão, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o diretor do grupo na Península Ibérica afirmou que este sistema vai gerar uma autonomia energética de 13% e evitar a emissão de “1,8 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano“.

Tal, salientou José Vicente de Los Mozos, permitirá à Renault Cacia “produzir energia verde e ter poupanças significativas nos seus custos energéticos”.

“Este compromisso representa um passo importante na transição ecológica e o nosso compromisso de descarbonizar as nossas fábricas na Europa até 2030”, observou.

Já em conversa com os jornalistas, após a visita do Presidente da República, José Vicente de Los Mozos afirmou que o grupo quer, com o sistema de autoconsumo fotovoltaico, atingir, até 2025, as zero emissões de carbono na fábrica nacional.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Estamos comprometidos com a descarbonização”, salientou, acrescentando que o Grupo Renault pretende atingir até 2030 zero emissões de carbono na Europa.

Aos jornalistas, José Vicente de Los Mozos defendeu que renovar o parque automóvel deveria ser “a primeira prioridade” de Portugal, o país da Europa com o parque automóvel mais antigo.

A única forma de reduzir as emissões a curto prazo é fazer um plano de renovação. Numa cidade como Lisboa, 92% das emissões são de veículos antigos e 1,5% são de carros híbridos. Portanto, não vamos tentar perceber como otimizar os 1,5%, mas pensar como suprir os 92%”, salientou.

Em Portugal, José Vicente de Los Mozos disse também faltar um “plano de infraestruturas” e um “plano integral do setor automóvel” que abarque toda a cadeia de valor: a infraestrutura, a competitividade das fábricas, bem como as novas tecnologias e descarbonização.

“As cadeias de valor dos veículos amanhã são diferentes das de hoje. Qual é o posicionamento de Portugal? Eu não sei”, admitiu.

A Renault Cacia, inaugurada em 1981 na área industrial de Aveiro, produz, atualmente, caixas de velocidades e componentes para motores, como bombas de óleo, árvores de equilibragem e outros componentes em ferro fundido e alumínio.