A taxa de inflação atingiu os 1,8% em outubro em Portugal, anunciou o INE. Em setembro tinha ficado nos 1,5%, na comparação homóloga.
O total sem habitação terá ficado em outubro também nos 1,84%, valores que serão confirmados pelo INE em novembro. Este é o valor que é tido como referência para a atualização das portagens no ano seguinte. Por isso, assim, os preços das portagens em 2022 deverão aumentar 1,84%.
A inflação (designada de subjacente) que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos registou, segundo dados preliminares do INE, uma variação de 1,1%, quando em setembro tinha tido uma evolução de 0,9%.
Só os produtos energéticos dispararam 13,3% em outubro, face à subida de 10,5% em setembro. Já nos produtos alimentares não transformados assistiu-se a uma queda dos preços de 0,7%, mais do que os -0,4% em setembro.
O INE estima em 0,8% a variação média nos últimos doze meses de 0,8%, acima dos 0,6% de setembro.
Numa nota breve de reação aos números do INE, a equipa de economistas do BPI aponta que “a tendência da inflação até final do ano manter-se-á ascendente, mas continua rodeada de alguma incerteza explicada, em larga medida, pelos efeitos nos preços praticados ao consumidor decorrentes dos preços dos bens energéticos e também do atraso no restabelecimento das cadeias de abastecimento”.
O Governo, na proposta orçamental para 2022 que foi chumbada no Parlamento, estimava uma taxa de inflação anual para 2021 de 1%, mantendo a previsão para 2022 nos 0,9%. Os dados definitivos serão divulgados pelo INE no próximo dia 11 de novembro.
O índice de preços harmonizado – que é o que conta para a comapração europeia – ficou também nos 1,8%. E assim, segundo revelou o Eurostat, Portugal é o segundo país com a inflação mais baixa da Zona Euro. Só Malta está com um valor de inflação mais baixo (1,4%).
A inflação da Zona Euro atingiu os 4,1% em outubro, uma subida face aos 3,4% de setembro. Ainda ontem o BCE expressou, novamente, a convicção que a subida de preços no bloco do euro era transitória.
Inflação pode subir mais (e durante mais tempo) mas é apenas “transitória”, garante o BCE
De acordo com os dados preliminares do Eurostat, ookinga energia disparou 23,5% em outubro, o que compara com os 17,5% de subida em setembro, seguindo-se os preços nos serviços (2,1%), e produtos industriais não relacionados com energia (2%).
A Lituânia e a Estónia são os países com as mais elevadas taxas de inflação, que atingiram, respetivamente, 8,2% e 7,4%. Em Espanha a inflação atingiu os 5,5%, na Alemanha 4,6% e em França 3,2%.
