Portugal tinha, em 2020, um total de 2.159 startups, que empregavam 25 mil pessoas. O levantamento consta de um estudo realizado pela IDC que estudo o ecossistema português de startups.

E que agora serve de base para a nova estratégia do Governo que diz pretender passar de uma nação de startups para uma nação de unicórnios.

Mesmo que haja mudança de ciclo político. A nova estratégia para o ecossistema empreendedor, a três anos, foi revelada hoje na Web Summit pelo secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo, que realçou a meta de duplicar os números, para atingir um ecossistema de 5 mil empresas, 50 mil empregos. Mas dá mais dois números de ambição: querer duplicar o peso no PIB deste ecossistema, passando de 1,1% para 2,2%. E conseguir duplicar o investimento nestas companhias.

O financiamento angariado por estas companhias foi, até setembro de 2021, cerca de mil milhões de euros (847 milhões).

Aos jornalistas o secretário de Estado quer acreditar que “é consensual a importância deste setor. Não acredito que independentemente do desfecho [das eleições] haja uma solução governativa que não passe por apostar com toda a força nesta área”.

Também Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, disse aos jornalistas  estar “convencido, apesar de tudo, que há uma necessidade de assegurar continuidade nas políticas ao longo dos vários ciclos. Independentemente do governo em funções tenho a noção exata que o dinamismo do ecossistema empreendedor e startups é uma vantagem para o país que não se deve desperdiçar”. Realça que “este governo tem apostado muito” no ecossistema e “se o pusermos em marcha é um projeto que pertence ao país e não faz parte de um só governo”, respondeu depois de apresentada a nova ambição para o ecossistema, que acontece em plena crise política que deverá originar a realização de eleições no início do próximo ano.

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O ministro da Economia voltou a argumentar que “a atual conjuntura gera mais incerteza em cima de outras incertezas, como os custos de matérias-primas e energia e os problemas nos transportes. Esta é mais uma incerteza que se soma àquelas que podem atrasar a recuperação”, por isso realça “quanto mais depressa se resolver melhor para a economia”.

O ecossistema de startups, diz Siza Vieira, “tem grande potencial de crescimento”, pelo que o Governo diz ter “a ambição de consolidar o que temos e assegurar que reforçamos o enquadramento nos quais as nossas empresas podem nascer e crescer muito”.

Segundo o estudo da IDC, há 2.159 startups em Portugal, cerca de 13% acima da média europeia. Há 169 incumbadoras/aceleradoras em Portugal.

E contabilizam-se cinco unicórnios com ADN português: Farfetch, Outsystems, Talkdesk, Feedzai, e Remote. Há mais a caminho, antecipa a consultora, referindo-se à Aptoide, DefinedCrowd, Veniam, Unbabel, Uniplaces e Sword Health.

Cinco unicórnios, diz Aragão de Azevedo, é per capita acima de países como França e Alemanha.

Os dados apresentados pelo Governo.