O Tribunal Judicial de Leiria condenou esta quarta-feira 12 pessoas, pelos crimes de tráfico de estupefacientes, a penas até aos seis anos de prisão.

Em julgamento estavam 27 suspeitos de tráfico de estupefacientes.

O coletivo de juízes entendeu alterar a tipificação do crime, ficando alguns dos arguidos com acusações de tráfico simples e outros de tráfico de menor gravidade.

“Do que se fez prova em julgamento”, o coletivo de juízes entendeu condenar 12 arguidos: três a seis anos de prisão efetiva e um a cinco anos, cuja pena o tribunal entendeu não suspender.

Os restantes acusados obtiveram condenações entre um ano e seis meses e os três anos e seis meses, penas que foram todas suspensas por igual período e sujeitas a regime de prova.

Os 27 arguidos foram julgados no âmbito da operação “Rotas Cruzadas”, resultado de dois anos de investigação da PSP de Leiria que apreendeu dez quilos de haxixe e deteve inicialmente 17 pessoas, em junho de 2020.

Na altura, foram apreendidos 10.689 gramas de haxixe, 6.559 gramas de liamba, 876 gramas de MDMA (em cristais), 92 gramas de cocaína e 34 plantas de canábis, após a realização de 24 buscas domiciliárias e 17 buscas não domiciliárias.

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Para o coletivo de juízes, não se provou que os restantes 15 arguidos estivessem envolvidos no tráfico.

Não quer dizer que a absolvição corresponda exatamente ao que aconteceu na realidade, mas o tribunal está aqui apenas para julgar o que se prova”, justificou o juiz presidente do coletivo.

A operação consistiu na realização de 24 buscas domiciliárias e 17 buscas não domiciliárias, incluindo a veículos e a um ginásio e um café, nos distritos de Lisboa, Leiria (Pombal, Albergaria dos Doze, Colmeias, Leiria, Marinha Grande, Foz do Arelho, Caldas da Rainha) e Santarém (Ourém, Entroncamento e Rio Maior).

“O cumprimento de 17 mandados de detenção fora do flagrante acabou por não ser cumprido, porque os visados foram detidos em flagrante. No momento da interceção, estavam na posse de quantidade proibida [droga] ou de armas proibidas, o que motivou a sua detenção em flagrante delito”, justificou à data o comandante da esquadra de investigação criminal de Leiria, André Antunes.

O comissário informou ainda que foram apreendidos 15.555 euros em numerário e “todo um manancial de objetos e ferramentas utilizadas na prática deste tipo de crime”, como “balanças de precisão, ferramentas usadas para produzir o corte e para fazer as dosagens”, telefones e equipamentos informáticos.

“Apreendemos uma estufa artesanal, cerca de 35 plantas de canábis, armas, munições de armas automáticas de calibre de G3 e nove viaturas, algumas de alta cilindrada”, disse ainda.

Segundo André Antunes, o “grupo estava bastante espalhado com funções e hierarquias bem vincadas” e há “três famílias que organizadamente se complementavam no desenvolvimento da atividade”.

O produto estupefaciente foi apreendido em “todos os alvos”, mas houve “três polos principais” com maior quantidade de droga.