André Ventura vai aproveitar o Congresso extraordinário marcado para os dias 26, 27 e 28 de novembro para fazer pequenas mudanças na direção, com o intuito de aumentar a representatividade de algumas zonas do país em que o partido tem crescido nos últimos meses.
A reunião magna surge na sequência da decisão do Tribunal Constitucional que considerou ilegais as alterações estatutárias introduzidas no Congresso de Évora e realiza-se apenas seis meses após o último Congresso. Ainda assim, vai haver mexidas nos órgãos do partido.
“Provavelmente vai ser substituído uma ou um dos vice-presidentes”, revela André Ventura ao Observador, dizendo que vai haver “algumas mudanças, mas poucas”. O argumento é o de existir “maior representatividade do Norte” na direção, pelo facto de ter havido “bons resultados” nessa zona do país.
Por outro lado, o Chega tem ainda o problema da Mesa do Conselho Nacional para resolver, tendo em conta que Luís Graça deixou vazio o lugar de presidente desse órgão e Jorge Valsassina está apenas provisoriamente no cargo.
“Não vai haver governo à direita sem o Chega. Nem que Cristo desça à Terra”
André Ventura explica que a reunião magna vai servir para “corrigir uma situação que se degradou” e a solução será apresentada pela própria direção, depois de no último Congresso ter havido uma disputa entre Luís Graça e Manuel Matias. Apesar de não ter havido qualquer apoio oficial, o facto de o antigo presidente do Partido Pró-Vida ter perdido foi uma derrota da direção, pois Matias faz parte do grupo de confiança de Ventura.
“Manuel Matias não será mais opção”, garante. O líder do Chega não considera que seja a “solução mais adequada” porque protagonizou uma batalha interna que acabou por marcar em parte o último congresso do partido. A ideia neste momento é conseguir uma “candidatura agregadora que possa dar estabilidade aos conselhos nacionais e aos congressos”, explica.
No mesmo sentido, Ventura também não irá propor Ana Vitória Ferreira, vice-presidente da Mesa encabeçada por Luís Graça para “não haver fratura”. “Apresentarei uma candidatura o mais agregadora possível”, esclarece.