O secretário de Estado da Saúde defendeu esta quarta-feira o uso de máscara em qualquer circunstância, no interior ou exterior, tendo afirmado que, a par da vacinação, a melhor proteção à Covid-19 continua a estar na higienização e comportamentos sociais.

“Não vejo qualquer motivo para não se usar máscara”, afirmou, em espaços fechados ou no exterior, “num contexto em que os vírus continuam a circular e estamos em situação de pandemia“, prosseguiu Diogo Serras Lopes em declarações à Lusa, em Abrantes (Santarém), tendo sublinhado que se trata de “posição pessoal” e defendido que “as máscaras não tiram nada a ninguém e são boas barreiras contra a disseminação do vírus”.

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O governante, que esteve esta quarta-feira em Abrantes e Torres Novas no âmbito do 20.º aniversário do Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT) e na inauguração dos novos equipamentos de Ressonância Magnética e de TAC (Tomografia Axial Computorizada) naqueles dois hospitais, disse que “todas as medidas poderão estar em cima da mesa” na reunião de peritos na sexta-feira no Infarmed, dependendo do evoluir da situação pandémica, tendo defendido a importância da higienização das mãos, uso de máscara e distanciamento social, antes de qualquer medida.

“Todas as medidas poderão estar em cima da mesa, dependendo daquilo que é a evolução da pandemia”, disse ainda à Lusa Serras Lopes, quando questionado se o regresso do teletrabalho poderia ser uma das opções em aberto e se seria inevitável a tomada de novas medidas, perante a escalada de novos casos de Covid-19.

“Eu acho que, quando estamos com um RT claramente acima de 1 e com casos acima dos mil [diários], uma média de 1500, acho que precisamos de ter atenção ao que está a acontecer”, afirmou, tendo feito notar haver “vários tipos de medidas, várias que já foram acontecendo, e [na sexta-feira] podemos começar a trabalhar em vários dos aspetos, mas as medidas mais relevantes serão as medidas do Conselho de Ministros [na próxima semana] e serão tomadas nessa fase”.

O secretário de Estado da Saúde disse ainda que, apesar do aumento do número de casos em Portugal e na Europa, com realidades diferentes ao dia de hoje, “não tem de existir medo, o que tem de existir é atenção“, tendo lembrado que “a pandemia não é algo novo, começou em março de 2020”, que já se atravessou por “quatro vagas pandémicas”, e que “hoje a maioria da população está vacinada e isso tem-nos protegido”, o que salientou como positivo.

“Nos países europeus as situações estão mais descontroladas, mas não podemos baixar a guarda, e a prudência, o cuidado e a atenção é algo que tem de estar sempre presente nas nossas ações antes de qualquer outra medida que seja entendida”, vincou, tendo feito notar que a doença “é menos grave e menos séria do que já foi por a população estar vacinada”, mas que tal “não quer dizer que terminou ou que não apareça outra variante que seja mais resistente às vacinas”.

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O perfil de doentes afetados de forma “mais séria” pelo novo coronavírus é hoje de “pessoas não vacinadas ou de pessoas com situações imunitárias muito comprometidas“, afirmou, tendo feito notar que “aquilo que temos hoje e que os dados revelam é que a vacinação protege de forma muito significativa”.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.113.287 mortes em todo o mundo, entre mais de 254,29 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.283 pessoas e foram contabilizados 1.112.682 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.