A recente subida das taxas de inflação “permanece, ainda, um fenómeno temporário“, argumenta Mário Centeno pedindo “paciência” perante uma aceleração dos preços que o governador do Banco de Portugal considera ser consequência da “rapidez” da recuperação pós-pandémica e da reativação de mecanismos que estiveram desativados devido à Covid-19.

As declarações foram proferidas numa conferência organizada pelo Jornal de Negócios para debater o futuro da banca. O governador do Banco de Portugal defendeu que “a política monetária não consegue resolver choques de oferta” e, por isso, deve continuar a existir uma “política monetária acomodatícia” nesta fase da recuperação, “sem deixar de apoiar os setores mais vulneráveis na crise”.

“Não observamos efeitos de segunda ordem na Europa”, acrescentou o governador do Banco de Portugal, numa referência à possibilidade de a subida dos índices de preços começar a levar a uma subida dos salários associada à inflação. Centeno reconhece que a subida dos preços está a deixar as economias numa “encruzilhada” mas estas devem-se a “dificuldades de oferta que são temporárias”.

“O risco de inflação mais elevada está a ser subestimado”, avisa economista-chefe da Allianz Global Investors

Em Lisboa, a presidente do Banco Central Europeu garantiu que é “muito improvável” que no próximo ano se reúnam as condições para um aumento das taxas de juro na zona euro. “Um aperto indevido das condições de financiamento não é desejável, numa altura em que o poder de compra já está a ser limitado pelos preços mais elevados na energia e nos combustíveis, e representaria uma dificuldades inapropriada para a retoma”, afirmou a responsável, no início de novembro.

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