O receio de uma nova vaga da pandemia de Covid-19 levou a que pelo menos 43 cidades do estado brasileiro de São Paulo decidissem cancelar o Carnaval do próximo ano, noticiou esta terça-feira a imprensa local.
Apesar de a pandemia registar uma queda consistente desde junho em solo brasileiro, com mortes, infeções e ocupações hospitalares em níveis semelhantes aos do início pandémico, as prefeituras temem um recrudescimento da Covid-19, semelhante ao que tem acontecido em alguns países europeus, e decidiram não realizar o evento festivo em 2022, pelo segundo ano consecutivo.
Os gestores municipais receiam que as aglomerações próprias da folia gerem uma nova vaga de infeções, e, consequentemente, façam elevar o número de casos e óbitos.
De acordo com o portal de notícias G1, outra justificação dada pelas autarquias é a situação económica de alguns municípios, alegando não terem verbas suficientes para fazer a festa.
Na cidade de Sorocaba, a prefeitura comunicou às escolas de samba que não disponibilizará recursos públicos para a festa, mas as associações sambistas estão a organizar-se para fazer um Carnaval paralelo, permitido pela gestão municipal, numa situação que se deverá replicar noutros municípios.
Já na cidade de São Paulo, capital estadual, o cronograma permanece intacto, sendo que a prefeitura já recebeu 867 inscrições para desfiles de blocos de rua.
O Brasil, um dos países mais atingidos pelo novo coronavírus, com mais de 612 mil mortes e 22 milhões de infeções, teve que cancelar o seu famoso Carnaval em 2021 por causa da pandemia.
Já no Rio de Janeiro, que acolhe o Carnaval mais icónico do Brasil, o regresso da folia em 2022 já está em preparação com a inscrição de mais de 500 desfiles de rua.
Rio de Janeiro confirma Carnaval em fevereiro de 2022, após cancelamento da edição desde ano
Os desfiles das escolas de samba foram realizados pela última vez em 2020, antes de a Covid-19 se ter espalhado por todo o Brasil.
A grandiosa festa está programada para acontecer entre 25 de fevereiro e 5 de março do próximo ano, desde que o cenário epidemiológico da pandemia o permita e os órgãos de saúde aprovem a sua realização.
A mundialmente famosa festa ‘carioca’, cujo primeiro baile de Carnaval aconteceu em 1840, estava marcada para março deste ano, época em que o país passava pela segunda vaga do vírus e com uma vacinação incipiente que não permitiu a celebração.
O Carnaval do Rio de Janeiro só havia sido adiado duas vezes na sua história: em 1892, quando as autoridades alegaram que era mais saudável realizá-lo em junho (no inverno austral), e em 1912, quando da morte do popular Barão do Rio Branco desencadeou uma comoção nacional e uma semana de luto.
Segundo dados divulgados pela Riotur, empresa de turismo do município, mais de 10 milhões de pessoas circularam pelas ruas do Rio de Janeiro durante o Carnaval de 2020, número nunca antes visto na capital carioca.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.156.563 mortes em todo o mundo, entre mais de 257,51 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.