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Quase 4.000 novos casos, pior dia desde julho, no dia em que Portugal entra no quadrante extremo da matriz

Este artigo tem mais de 2 anos

Afinal, Portugal não se limita a ultrapassar os 3.000 casos como Marta Temido anunciou: chega mesmo perto dos 4.000, o pior dia dos últimos quatro meses. Casos em UCI passam os 100.

Ruas portugueses vazias durante pandemia
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O R(t) aumentou para 1,2  — um valor que não se atingia desde 7 de julho — e a incidência ultrapassou a marca dos 240 casos

NurPhoto via Getty Images

O R(t) aumentou para 1,2  — um valor que não se atingia desde 7 de julho — e a incidência ultrapassou a marca dos 240 casos

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Portugal registou 3.773 novos casos de infeção pelo SARS-CoV-2 e 17 óbitos por Covid-19. A ministra da Saúde, Marta Temido, já tinha avisado que os casos diários iam ultrapassar a marca dos 3.000 esta quarta-feira, mas o relatório de situação da Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou que o número aproxima-se mais dos 4.000.

Este é mesmo o maior número de casos diários desde 23 de julho, há quatro meses, quando se registaram 3.794 casos. Desde sábado que o país está na casa dos dois dígitos em número de mortes, mas este é o segundo dia com mais óbitos da semana, depois das 18 vítimas mortais anunciadas na segunda-feira. Desde domingo, Portugal já registou 60 mortes por Covid-19 — na semana passada, no total, somou 68.

O R(t) aumentou para 1,2  — um valor que não se atingia desde 7 de julho — e a incidência ultrapassou a marca dos 240 casos de infeção em duas semanas por 100 mil habitantes, com uma incidência nacional de 251,1 casos. É a maior desde 10 de setembro, mas com uma diferença fundamental: nessa altura, o R(t) estava abaixo de 1 (era de 0,87), pelo que a situação estava a melhorar e a incidência com tendência a decrescer.

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Portugal está assim em risco elevado: o país entrou no quadrante mais preocupante da matriz de risco, que havia sido acrescentado na última atualização feita pelas autoridades de saúde portuguesas. E isto num dia em que os internamentos em unidades cuidados intensivos (UCI) ultrapassaram os 100, alcançando 105 hospitalizações.

São mais 12 do que os anunciados na última terça-feira, elevando os internamentos aos maiores valores registados desde 16 de setembro. Este é 18º consecutivos de subida nos internamentos gerais: há agora 681 pessoas internados por Covid-19, uma subida de 32 casos em relação à última atualização. É o valor mais alto desde 6 de setembro.

As regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo são as únicas com um número de novos casos nos quatro dígitos — a primeira com 1.090, a segunda com 1.126. O Centro, no entanto, está à beira dos 1.000 casos diários, com 912 novos infetados. Todas as outras regiões do país estão claramente abaixo destas três. Registaram-se mais 284 casos no Algarve, mais 186 no Alentejo, outros 105 nos Açores e 70 na Madeira.

Sete das pessoas que morreram por Covid-19 nas últimas 24 horas estavam registadas na região Centro, aquela que está a sofrer a maior pressão hospitalar. Houve mais seis vítimas mortais em Lisboa e Vale do Tejo, duas no Norte e outras duas na Madeira.

Dez dos óbitos registaram-se entre os infetados com 80 anos ou mais — sete mulheres e três homens. Quatro dos mortos tinham 70 a 79 anos (dois homens e duas mulheres) e três estavam na faixa etária dos 60-69 anos (todos do sexo masculino).

A faixa etária que mais novos casos registou nas últimas 24 horas foi a das pessoas com 40-49 anos, com 645 casos. Voltam a não ser as crianças até aos nove anos ou os jovens na casa dos 20 os grupos que maior número de casos diários tem registado.

Esta quarta-feira ambas as faixas etárias são até ultrapassadas também pela dos 50-59 anos, com 507 novos infetados detetados pelas autoridades de saúde. Só depois vem o grupo dos 20-29 anos (488 casos), a seguir o dos 30-39 anos (486 casos) e logo depois, finalmente, o das crianças até aos nove anos (485 casos).

Ainda acima dos 400 casos registados nas últimas 24 horas está a faixa etária dos 60-69 anos (402 infetados), aquela em que se registaram as vítimas mortais mais jovens da Covid-19. Seguem-se os jovens dos 10 aos 19 anos (396 casos), os adultos com 70-79 anos (248 casos) e os idosos com 80 anos ou mais (116 casos). Ou seja, só mesmos os grupos etários dos idosos têm menos casos que as crianças.

Quase 1.500 pessoas foram dadas como recuperadas da Covid-19, elevando o número total a 1.063.689 — mais 1.494 do que o avançado no último boletim. Com os quase quatro mil novos casos, a subida nas recuperações não foi suficiente para baixar o número de casos ativos: são mais 2.262 do que na terça-feira, elevando-o para 48.032.

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