A vitória do Manchester United em Espanha frente ao Villarreal, que carimbou a passagem da equipa aos oitavos da Liga dos Campeões (e confirmou um dos primeiros objetivos para a temporada), ficou resumida a um antes e depois Bruno Fernandes, que saiu do banco e agarrou numa equipa curta, dominada e sem capacidade para chegar à frente para se tornar grande, dominadora e com capacidade para marcar golos. Michael Carrick não poderia ter melhor estreia olhando apenas para o resultado mas cedo se percebeu que a opção de deixar o médio português e Rashford no banco não tinha sido a melhor. Ainda assim, nem essa espécie de “aviso” deixou que o técnico interino seguisse a sua ideia, como se viu em Londres.
Na antecâmara da mais do que provável chegada do alemão Ralf Rangnick para agarrar a equipa, dar uma outra estabilidade e segurar o barco até chegar o treinador que iniciará o novo ciclo depois da saída de Ole Gunnar Solskjaer, o técnico olhou para a vertente física, pensou ainda no lado estratégico e decidiu deixar Ronaldo no banco frente ao Chelsea, naquela que foi a maior surpresa nas opções iniciais. Em paralelo, e apenas pela segunda vez em 194 partidas a contar para todas as competições desde 2018/19, lançou no meio-campo em simultâneo Matic, McTominay e Fred, deixando no ataque Rashford, Jadon Sancho e Bruno Fernandes mais solto. Um conjunto de tração atrás no jogo em que tinha de ir à frente.
Os miúdos mostraram que a Signora caiu de Vecchia (a crónica da goleada do Chelsea à Juventus)
No seguimento de uma série de resultados que levou depois à saída do norueguês, o Manchester United chegava a Stamford Bridge numa série de apenas uma vitória e cinco derrotas em sete jogos na Premier League, o que colocava a equipa já a 12 pontos do campeão europeu e líder da prova. Uma derrota, que iria ser a terceira consecutiva, aumentava o fosso para uma distância de 15 que começava a ser em definitivo impossível de recuperar (mais os 12 de Manchester City e os 11 do Liverpool, nesse cenário). No entanto, a grande preocupação de Carrick passava sobretudo por controlar as ações ofensivas dos blues, sem grande atenção à capacidade de colocar também o adversário em sentido lá atrás. Chegou para o empate.
-43 – During the month of November so far, Manchester United (17) have attempted the fewest shots in the Premier League, whilst also facing more opposition attempts than any team (60). Crossroads. pic.twitter.com/NtlwzmyPCS
— OptaJoe (@OptaJoe) November 28, 2021
Em apenas quatro minutos, o Chelsea deixou logo duas sérias ameaças à baliza contrária, com Ziyech a atirar fraco após jogada de Hudson-Odoi (3′) e o mesmo Hudson-Odoi, após uma abordagem demasiado macia de Lindelöf, ganhar espaço na área para rematar e obrigar David de Gea à primeira grande defesa da tarde (4′). O domínio ofensivo dos visitados poderia ser maior ou menor mas nunca o Manchester United conseguiu contrariar essa tendência perante a incapacidade de sair em transições, contando com a ajuda da trave (Rüdiger aos 31′, num tiro de longe que surpreendeu tudo e todos) e do número 1 espanhol (Reece James aos 45′, num livre lateral que não sofreu desvios e quando ia enganando David de Gea) para segurar o nulo até ao intervalo quando o Chelsea merecia bem mais pelo domínio completo do jogo.
???? "I had a good chat with Cristiano… he was great [about it]"
Michael Carrick explains his decision to leave Cristiano Ronaldo on the bench for Manchester United's match at Chelsea.
???? Watch live on Sky Sports Premier League
???? #CHEMUN blog ???? https://t.co/SOfsJV2eSS pic.twitter.com/rjmf0lqnEU— Sky Sports Premier League (@SkySportsPL) November 28, 2021
A segunda parte parecia trazer o mesmo filme visto nos 45 minutos iniciais mas bastou apenas um erro e uma oportunidade para tudo mudar: Bruno Fernandes fez um balão para a frente a tirar a bola da zona de perigo, Jorginho tentou parar (mal) de primeira, Jadon Sancho ficou isolado com 30 metros para correr e não perdoou perante Mendy (49′). O Manchester United passava a ter a vantagem do seu lado e percebia que podia jogar também com o balanceamento ofensivo do adversário em busca do empate, o que dava mais espaços para explorar a profundidade que levaram à aposta em Ronaldo 25 minutos do final quando o único sinal de vida do Chelsea tinha sido um remate ao lado de Timo Werner após um canto.
[Clique nas imagens para ver os golos do Chelsea-Manchester United em vídeo]
2 – In their last two Premier League matches at Stamford Bridge, Chelsea have attempted 49 shots, faced just eight themselves and had 100 touches in their opponent’s penalty area, while drawing both matches 1-1. Unfortunate. pic.twitter.com/bWAm242fvk
— OptaJoe (@OptaJoe) November 28, 2021
As características que o jogo levava tão depressa poderiam levar a um empate pela pressão do Chelsea como a um hipotético 2-0 do Manchester United pelos espaços que se iam abrindo mas uma imprudência de Wan-Bissaka, a cometer um penálti sobre Thiago Silva na sequência de uma bola parada, permitiu a Jorginho corrigir o erro do primeiro golo e fazer o 1-1 (69′). A partida voltava a conhecer um sentido único com Tuchel a lançar Pulisic, Mason Mount e Lukaku para o ataque final mas, com momentos de alguma atrapalhação à mistura e uma chance soberana para Fred contrariar a lógica após um erro de Mendy, o empate não voltou a ser desfeito, numa espécie de mal menor para uns curtinhos red devils.
???????????????????????????? FINAL | Chelsea 1-1 Manchester United
Jogo só teve um sentido, mas "red devils" conseguiram sacar um empate milagroso
David De Gea ???????? (8.0) foi o MVP⭐️ GoalPoint, num jogo em que Bruno Fernandes ???????? (4.1) esteve desinspirado
CR7 ???????? (4.8) tocou 7 vezes na bola em meia hora pic.twitter.com/0GrYrKJrjB
— GoalPoint.pt (@_Goalpoint) November 28, 2021