Era o mês da redenção. Aquele mês que superou um arranque fatídico em agosto, os soluços depois do pior arranque das últimas décadas em setembro, a série de três jogos sem ganhar a fechar em outubro. Era o mês da redenção. Um mês que começou com a vitória em Turim frente ao Zenit que assegurou a passagem aos oitavos da Champions, um mês que teve um triunfo caseiro suado diante da Fiorentina, um mês que registou talvez o sucesso mais convincente e personalizado na Serie A em Roma com a Lazio. No entanto, era um mês que tinha uma deslocação a Stamford Bridge. E o Doce Novembro tornou-se um filme de terror.

Chiesa quer descobrir os mistérios do universo mas já é uma autêntica estrela (e deu a vitória à Juventus frente ao Chelsea)

Depois da grande exibição em Leicester, o Chelsea fez mais do que ganhar à Juventus e passar para primeiro do grupo tendo vantagem no confronto direto. Fez mais porque quis mais, conseguiu mais, procurou mais. E aquilo que era um dos jogos grandes da noite da Liga dos Campeões funcionou sobretudo para mostrar duas realidades distintas: os ingleses, além de campeões europeus em título, são uma das formações mais completas e sólidas da atualidade; os italianos, apesar da recuperação, continuam uma sombra do que foram.

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Mesmo deixando alguns habituais titulares no banco como Azpilicueta, Mason Mount ou Werner, e tendo de regresso como reserva para qualquer questão Romelu Lukaku, os blues não demoraram a agarrar no jogo e a criarem oportunidades para inaugurar o marcador curiosamente sempre por defesas, com Ben Chilwell (3′), Trevoh Chalobah (9′) e Rüdiger (19′) a ameaçarem o golo na área transalpina perante uma Vecchia Signora com dificuldades na saída de bola e que nunca conseguiu incomodar Mendy. Faltava o remate final que foi também de um central com assistência de outro na sequência de um canto, tendo Rüdiger a passar e Trevoh Chalobah a confirmar que é um jogador talhado para estreias: ganhou um título no primeiro jogo na equipa sénior, marcou no primeiro jogo na Premier e marcou de novo no primeiro jogo da Champions.

Até ao intervalo, com Szczesny a começar a confirmar o estatuto de melhor jogador italiano em Londres e a dupla Locatelli-Betancur a tentar empurrar sem êxito a equipa para a frente, o Chelsea manteve o ascendente no encontro e podia até ter dilatado a vantagem mas seria uma mera questão de tempo até ao vendaval. 

Ainda no primeiro quarto de hora do segundo tempo, Reece James aproveitou um corte incompleto da defesa italiana para receber sozinho ao segundo poste e rematar cruzado para o 2-0 (55′) e Hudson-Odoi concluiu da melhor forma na área uma jogada feita de novo por jogadores da academia do Chelsea (58′). Entre vários reforços de nomeada nas últimas janelas de mercado, os blues quiseram também deixar um cartão de visita das suas camadas jovens mostrando que, ao contrário do que acontecia no passado, também é capaz de formas as suas próprias mais valias. O jogo estava resolvido, os números ainda iriam aumentar no quinto minuto de descontos por Timo Werner, mas a diferença entre as equipas estava já bem espelhada.