A parte final do discurso de Lionel Messi após ter recebido a sétima Bola de Ouro da carreira, quando lançou o desafio à France Football para entregar o galardão também a Robert Lewandowski pelo que fez em 2020 (o ano que não teve cerimónia devido à pandemia), acabou por colocar água na fervura dos comentários sobre a escolha que já começavam a surgir. E houve também o prémio nunca antes atribuído de avançado do ano ao polaco, quase como uma atenção de consolação para equilibrar mais os pratos da cerimónia. No entanto, o troféu que todos queriam foi parar às mãos do costume. E os comentários não demoraram a surgir.

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“Custa-me cada vez mais acreditar nestes prémios do futebol. Para mim o Messi é um dos cinco melhores jogadores da história mas há que saber a catalogar os que se destacaram ao longo de uma temporada. Não é tão difícil, bolas! As pessoas é que tornam isso difícil”, escreveu Iker Casillas, antigo guarda-redes de Real Madrid e FC Porto, na sua conta oficial no Twitter, depois de ser conhecida a vitória do argentino.

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“Honestamente, não entendo nada disto. Com o devido respeito a Messi e aos outros grandes jogadores também nomeados, nenhum merecia tanto como Lewandowski”, disse o antigo defesa e médio germânico Lothar Matthäus, campeão europeu e mundial de seleções, na Sky Alemanha onde é agora comentador.

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“Em primeiro lugar, devo dizer que os prémios individuais não me interessam. Mas se os há, então deviam ser justos. E na minha opinião, este não é o caso, em absoluto. Para mim, se estivessem realmente à procura do melhor jogador do ano, o Benzema devia ter sido o número 1 porque vejo de perto o quão excecional ele é. Não há dúvida que o Messi está ao lado do Cristiano Ronaldo como jogador da década e tem qualidades que outros nunca terão. O que falha na eleição é sobretudo o primeiro posto”, assumiu também Toni Kroos, médio germânico do Real Madrid, em declarações ao podcast Einfach mal Luppen após a cerimónia.

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As opiniões dividiram-se mas sempre sobre quem estava na sala e não quem esteve ausente. Por aí, o duro texto de Cristiano Ronaldo desmentindo a France Football, fosse numa alegada confidência que teria tido com o chefe de redação sobre querer acabar com mais Bolas de Ouro do que Messi, fosse numa alegada quarentena que o teria afastado de marcar presença em Paris, não foi também esquecido mas numa análise crítica pela imprensa espanhola, que chegou a dizer que o português “perdeu o glamour“. O agora jogador do Manchester United acabou em sexto, a larga distância dos dois primeiros Messi e Lewandowsi.